Cocaína transportada em avião tinha “selo de qualidade” da Bolívia
Tabletes possuíam em alto relevo a letra B, de Beni, estado onde droga foi produzida
A cocaína apreendida nesta quarta-feira (7) no Paraguai, a pouco mais de 100 km do território sul-mato-grossense, tinha “selo de qualidade”. Todos os pacotes possuíam adesivo do lado de fora da embalagem com a letra “b”. A mesma letra estava gravada em alto relevo nos tabletes de cocaína.
O 'b' é de Beni, departamento (equivalente a Estado) da Bolívia, localizado na região centro-norte daquele país, na fronteira com Rondônia, em plena Amazônia. É um dos principais produtores de cocaína do país Andino.
Veja o vídeo:
Os 431 quilos de cocaína pura estavam em um avião Cessna 210, pilotado pelo boliviano Carlos Roberto Cuellar Bravo, 60, natural de Trinidad, capital de Beni. A droga foi apreendida na região de Yguazú, em Alto Paraná, a 1.750 km de Beni, em linha reta.
Ainda na noite de ontem a droga e o piloto foram levados de avião para Asunción, a capital do Paraguai, onde a carga foi pesada e apresentada à imprensa nesta quinta-feira (8).
A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, agência treinada e equipada pelo DEA, o departamento americano de combate às drogas, comemorou a ação.
Em comunicado enviado a jornalistas paraguaios e brasileiros, a agência afirma que não se trata de apenas simples carregamento, mas de “importante golpe nos traficantes”, já que além da cocaína foi apreendido o avião e preso o piloto que conhece a rota Bolívia-Paraguai.
A carga foi descoberta pelo serviço de inteligência da Senad. Ontem à tarde aeronave foi detectada nos arredores de Concepción e perseguida por três aviões Tucano da Força Aérea paraguaia até a região de Yguazú.
Quase sem combustível, o piloto pousou o Cessna 210 na área de lavoura e colocou fogo na palha seca de soja, para destruir o avião com a cocaína. Equipes da Senad, com apoio de policiais da região, chegaram a tempo de impedir que as chamas atingissem o Cessna. Com a ajuda de uma caminhonete, o avião foi rebocado para longe das chamas.
Autoridades paraguaias acreditam que a cocaína seria descarregada em Alto Paraná e enviada de barco pelo Rio Paraná até o lado brasileiro.