Com Pavão extraditado, Paraguai teme nova guerra pelo controle do tráfico
A polícia do Paraguai teme uma nova guerra pelo controle do crime organizado na fronteira com Mato Grosso do Sul após a extradição do narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão, 49, trancafiado ontem (28) no Presídio Federal de Mossoró (RN).
Nos oito anos de estadia em cadeias paraguaias, Pavão continuou controlando o tráfico de cocaína e manteve grande influência nas cidades irmãs Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS). Com ele isolado, policiais paraguaios temem uma nova disputa sangrenta para assumir o cartel de Jarvis Pavão.
Segundo fontes da polícia paraguaia, além do “exército” que o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho mantêm na fronteira – estimado em 300 bandidos – existe o grupo do falecido Jorge Rafaat Toumani, que tenta se fortalecer sob o comando do ex-policial militar Adair José Belo, 46, ex-funcionário do capo assassinado no ano passado.
Com Pavão cumprindo 17 anos e 8 meses de reclusão em um presídio federal brasileiro e podendo ser condenado a mais 30 anos no Rio Grande do Sul, uma nova batalha pela fronteira é iminente, afirmam os policiais.
Recentemente, a própria advogada de Pavão, Laura Casuso, disse que ele preso no Paraguai ajudaria a manter a paz, já que exerce grande influência na fronteira.
De acordo com o jornal ABC Color, há dois dias, locais que antes eram frequentados por funcionários de Jarvis Pavão estão vazios em Pedro Juan Caballero, possivelmente temendo ataques dos rivais.
A região de Pedro Juan Caballero e Capitán Bado é estratégia para o crime organizado brasileiro, não só pelas roças de maconha, mas principalmente para controle da rota da cocaína que sai da Bolívia, Colômbia e Peru.
Conforme o ABC Color, após a extradição, a polícia entrou em alerta máximo, temendo confrontos armados nas ruas de Pedro Juan Caballero nos próximos dias.