Contando os dias para extradição, Paraguai reforça segurança de Pavão
Forças da Polícia Nacional reforçaram a vigilância em torno da sede da Agrupación Especializada, em Assunção, capital do Paraguai, onde está preso o narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, 49. Na noite de ontem (4) e nas primeiras horas desta terça-feira, houve uma forte movimentação de viaturas e homens armados com fuzis nos arredores do quartel do grupo de elite.
Fontes policiais revelam que a ordem para reforçar a segurança partiu do alto comando da Polícia Nacional por medo de uma tentativa de resgate do narcotraficante, apontado como o maior fornecedor de cocaína para o Brasil na atualidade. Pavão tem apoio de facções criminosas que atuam na fronteira com Mato Grosso do Sul.
Nesta semana, a Justiça do Paraguai enviou ofício à Interpol informando que não há impedimento legal para a extradição de Pavão assim que ele cumprir a pena de oito anos por lavagem de dinheiro naquele país. A sentença termina no dia 27 deste mês. A proximidade da extradição deixou a polícia em alerta.
Caminho livre – No ofício encaminhado ontem para a Interpol, a juíza criminal María Gricelda Caballero diz que em maio de 2017 a Justiça brasileira já tinha solicitado a extradição de Jarvis Pavão para cumprir a pena de 17 anos e 10 meses por tráfico de drogas, no Rio Grande do Sul.
A defesa de Pavão tentou vários recursos para impedir a extradição. Chegou a alegar que não teve acesso aos documentos enviados pelo Brasil para embasar o pedido de extradição, entre os quais conversas telefônicas interceptadas pela polícia brasileira, comprovando que o narcotraficante continua enviando droga ao Brasil, mesmo preso no Paraguai. Entretanto, todos os pedidos foram negados.
Barricadas – De acordo com o jornal ABC Color, pelo menos cem policiais com armas de groso calibre são mantidos no quartel onde Pavão. Barricadas foram colocadas nas ruas de acesso. Desde o início do ano o Paraguai teme uma tentativa de resgate, que incluiria o uso de um helicóptero.
Além de Pavão, a de da Agrupación Especializada abriga vários integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), considerada pelo governo paraguaio a maior organização criminosa em atividade atualmente naquele país, policiais acusados de corrupção e soldados do EPP (Exército do Povo Paraguaio), grupo terrorista que luta contra o governo na região norte do Paraguai.