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Interior

Contra o atual Governo, bolivianos fecham fronteira com o Brasil

A greve nacional que começou às 00h de hoje bloqueando vários pontos pela Bolívia deve durar 24 horas

Mirian Machado | 11/10/2021 11:44
Fronteira com a Bolívia amanheceu bloqueada. Apenas pedestres estão autorizados a passar. (Foto: Diário Corumbaense)
Fronteira com a Bolívia amanheceu bloqueada. Apenas pedestres estão autorizados a passar. (Foto: Diário Corumbaense)

A fronteira entre a Bolívia e Corumbá, do lado das cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez está fechada desde a madrugada desta segunda-feira (11). Manifestantes bloquearam o acesso e apenas a passagem a pé pela linha internacional está permitida. O grupo protesta contra o Governo de Luis Arce, Presidente da Bolívia.

O objetivo do protesto nacional que deverá durar 24 horas, é pedir o fim da perseguição política, além da suspensão de um pacote de leis que afetaria a liberdade civil, como a Lei de Legitimação de Lucros Ilícitos. Segundo apurado pelo Diário Corumbaense e El Deber, os bolivianos ainda questionam a reforma do sistema de Justiça, pela imparcialidade envolvendo a prisão da ex-presidenta interina Jenaine Áñez.

Em diversas cidades do país vizinho há pontos de bloqueio. Em Santa Cruz de La Sierra, uma das maiores da Bolívia, as ruas amanheceram completamente vazias. A maioria da população aderiu ao protesto que iniciou às 00h de hoje com apoio de ex-presidentes.

Polícia percorre ruas dispersando os manifestantes em Cochabamba, outra cidade com pontos de bloqueio. (Foto: Jorge Ibáñez)
Polícia percorre ruas dispersando os manifestantes em Cochabamba, outra cidade com pontos de bloqueio. (Foto: Jorge Ibáñez)

“Com isso, a nossa fronteira ficará fechada, apenas a passagem a pé é permitida entre os dois países. Também vamos deixar passar casos de urgência e emergência, como pessoas que vão fazer hemodiálise em Corumbá ou que precisem de atendimento médico. Exigimos que o atual governo suspenda esse pacote de lei e pare com a perseguição política”, explicou Antonio Chávez, presidente do Comite Civico de Arrouyo Concepción.

Já o ministro da Justiça da Bolívia Ivan Lima, disse que a lei não prejudica motoristas ou sindicatos, mas sim, grandes empresários que “levam seu dinheiro para paraísos fiscais” e acusou a manifestação de distorcer a realidade.

Ivan Lima disse ainda que por trás da greve, há impunidade no caso de Luis Fernando Camacho, presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, convocado para depor em La Paz, por seu papel na queda de Evo Morales, em 2019, que segundo o atual governo, foi "Golpe de Estado” e de vários funcionários do governo em transição.

Santa Cruz, segundo El Deber, é a região onde a greve é mais forte. Na capital de Santa Cruz, existem vários pontos de bloqueio e é a capital onde sindicatos, universidades, transporte público e outros setores decidiram cumprir a medida convocada pela Comissão de Santa Cruz e Comissão Nacional de Defesa da Democracia.

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