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Interior

“Controlador e agressivo”, rapaz não aceitava amigas da mulher em loja

Em vídeo, delegado responsável pelas investigações fala sobre crime que chocou cidade de Caarapó

Por Helio de Freitas e Bruna Marques | 04/02/2025 10:49


RESUMO

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Karina Corim, de 29 anos, foi morta pelo ex-companheiro Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos, em Caarapó, MS. Renan, que não aceitava o fim do relacionamento e a proximidade de Karina com amigas, invadiu a loja dela, atirou em Karina e na amiga Aline Rodrigues, incendiou o local e se matou. Karina e Aline morreram após serem hospitalizadas. Renan usou a arma do pai, um policial aposentado. Karina havia registrado boletim de ocorrência contra Renan por ameaça e pedido medida protetiva, mas não houve tempo para a notificação. A prefeita decretou luto de três dias na cidade.

“Controlador e agressivo”. Era assim que Karina Corim, 29, definia o companheiro, Renan Dantas Valenzuela, 31. Segundo a polícia, o rapaz não aceitava a proximidade de Karina com as amigas. Depois de muitas brigas, o casal terminou o relacionamento de dois anos e meio, mas a decisão dela causou ainda mais conflitos.

Na manhã de sábado (1º), Renan invadiu a loja de acessórios de celular de Karina, atirou na cabeça da ex e na da amiga dela, Aline Rodrigues, 30, ateou fogo no estabelecimento e cometeu suicídio. O caso ocorreu na Avenida XV de Novembro, no centro de Caarapó, a 274 km de Campo Grande.

Renan morreu ainda no hospital de Caarapó. Aline também, mas horas depois, no Hospital da Vida, em Dourados. Karina também foi transferida para Dourados, onde morreu na madrugada de hoje (4). É a primeira vítima de feminicídio neste ano em Mato Grosso do Sul.

Em vídeo gravado nesta terça-feira, o delegado Ciro Jales, da Polícia Civil em Caarapó, falou sobre as investigações. Segundo ele, Renan usou a arma do pai – policial militar aposentado. Ouvido ontem, o policial disse que não autorizou o filho a pegar a pistola calibre 7,65. A arma é legal (veja o vídeo do delegado acima).

A polícia também ouviu o depoimento de uma cliente da loja que aparece nas imagens, segundos antes de Renan atirar nas duas mulheres. Ela disse que o rapaz a mandou sair, porque “não tinha nada a ver com a situação”.

Segundo o policial, Renan acompanhava as imagens do interior da loja em tempo real e se revoltava com a presença das amigas da mulher. “Ele se incomodava com a presença das amigas dela na loja, batendo papo como se fosse a extensão da casa deles. Apuramos que ele alegava também que ela fornecia gratuitamente capinhas e películas para as amigas”, disse o delegado. Antes da separação, Renan também trabalhava na loja.

O delegado informou que, no dia anterior ao crime, Karina procurou a delegacia e registrou boletim de ocorrência contra Renan por ameaça. Também pediu medida protetiva contra o ex-marido, mas não houve tempo de a Justiça notificá-lo para que não se aproximasse da ex-mulher.

“Ela queria terminar” – Ao Campo Grande News, Fernando Corim Barbosa, 21, primo de Karina, disse que ela queria colocar fim ao relacionamento porque Renan era muito agressivo.

“Eles eram casados há dois anos e meio. Ela queria largar dele, mas ele não queria. Ele era muito agressivo, tanto com a Karina quanto com a mãe dele. Não aceitava o fim do relacionamento, na sexta-feira foi na casa do pai dela querendo conversar com ela. Meu tio entregou as roupas dele, ele pegou a sacola e foi embora. Meu tio falou que ela não queria conversar com ele. No sábado acontece isso”, disse Fernando.

O rapaz continua: “no meio da família ele era tranquilo, de boa, não demonstrava agressividade. Ela queria terminar porque não dava mais certo, queria viver a vida dela e ele não queria deixar. Ela tinha ido à delegacia, pediu medida protetiva, mas não adiantou”.

Segundo Fernando Corim, a loja era de Karina. “Eles tinham terminado há poucos dias. Antes de se separarem, moravam os dois no fundo da casa do pai dela, em uma edícula de duas peças”.

Luto de três dias – A prefeita Maria Lourdes Portugal (PL) decretou luto oficial de três dias no município em decorrência da tragédia. “Estamos acompanhando junto com a polícia e fazendo o que cabe a nós, dando total apoio às famílias”, disse ela ao Campo Grande News.

Maria Lourdes Portugal está em Campo Grande hoje, onde terá agenda com a coronel Neidy Nunes Barbosa, no Comando da Polícia Militar, para pedir aumento de efetivo na cidade, visando garantir mais efetividade ao programa “Mulher Segura”, especialmente no monitoramento de medidas protetivas.

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