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Interior

Cunhada assume vaga de prefeito assassinado na fronteira

Carolina Yunis de Acevedo assumiu em ato reservado; nova eleição deve demorar 6 meses

Helio de Freitas, de Dourados | 23/05/2022 14:17
Carolina Yunis logo após assumir cadeira deixada pelo cunhado. (Foto: Reprodução)
Carolina Yunis logo após assumir cadeira deixada pelo cunhado. (Foto: Reprodução)

A presidente da Câmara de Vereadores de Pedro Juan Caballero, Carolina Yunis de Acevedo, assumiu oficialmente no final da manhã desta segunda-feira (23), o cargo de prefeita da cidade. Ela ocupa a cadeira que era de seu cunhado, o prefeito José Carlos Acevedo, que morreu na noite de sábado (21), quatro dias após ser ferido com sete tiros por três pistoleiros.

Carolina é mulher do governador de Amambay Ronald Acevedo, irmão de José Carlos. Sem cerimônia pública, a posse correu na prefeitura. No prédio anexo, fica a Câmara de Vereadores. O atentado que levou Acevedo à morte ocorreu em frente ao local.

No Paraguai, não existe o cargo de vice-prefeito. Por isso, a presidente da Câmara assume como prefeita interina até novas eleições. José Carlos Acevedo tinha sido reeleito para o quarto mandato em outubro do ano passado.

Pela lei eleitoral do país vizinho, a nova eleição deve ocorrer em 90 dias após a vacância do cargo, mas na prática, o pleito deve demorar de cinco a seis meses.

Segundo o diretor de processos eleitorais do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral do Paraguai, Carlos María Ljubetic, a lei eleitoral prevê 90 dias para convocar novas eleições, mas a lei de financiamento político estabelece vários processos antes da convocação, o que deve levar de cinco a seis meses.

Após assinar a ata de posse, Carolina Yunis disse que ainda não sabe se vai se candidatar na eleição. Segundo ela, sua família foi duramente golpeada pelo crime organizado. Além do cunhado, a agora prefeita interina perdeu a filha de 21 anos, na chacina de 9 de outubro do ano passado.

“Foi muito rápido, não temos consolo, nem palavras. Me candidatei à Câmara por compromisso com a cidadania. Assumir assim a prefeitura é pesado e da pior forma”, disse Carolina. “Vamos seguir os projetos e fazer frente a esse desafio de três meses que dura a interinidade”, completou.

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