Distrito que não é distrito fica fora do Censo 2022 e reclama ser o maior de MS
IBGE não considera a localidade como distrito porque Plano Diretor de Ponta Porã o coloca como área urbana
Reclamando ser o maior distrito de Mato Grosso do Sul, habitantes do Nova Itamarati, em Ponta Porã, a 340 km de Campo Grande, não foram contabilizados separadamente da população do município no Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cujos dados foram divulgados ontem. O instituto não considera a localidade como distrito.
Isso porque, segundo informações do IBGE em Ponta Porã, o Plano Diretor da cidade, que passou a vigorar em 2020, colocou a área do distrito dentro do setor urbano, indicando inclusive ampliação do território urbano do município para o Nova Itamarati e também para o distrito de Sanga Puitã.
Morador do Nova Itamarati, Junior Amaral Sobrinho reclamou de que material do Campo Grande News sobre os maiores distritos de Mato Grosso do Sul, aqui, não citava o “maior do Estado”, segundo ele. “Temos mais de 15 mil habitantes e quase 7 mil eleitores. Inclusive, neste mês de março, completamos 9 anos da criação do distrito”, disse.
O morador ainda contabiliza rede de água com “1.186 ligações ativas, asfalto em 10 quadras, agência do Sicredi, núcleo urbano com aproximadamente 4.100 lotes urbanizados, três escolas estaduais e escola municipal com 2.500 alunos. Eleitores somos 6.779”, afirmou.
Entretanto, em contato com o IBGE, a reportagem foi informada que a lei municipal que denomina a área como distrito - o Plano Diretor - delimita a área urbana da cidade, mas não a rural e por isso, ela não atende os critérios do IBGE para separar e contabilizar a população do então distrito.
Segundo o instituto, o IBGE considera o Nova Itamarati como um povoado dentro de Ponta Porã, justamente porque o Plano Diretor não foi efetivo em separar o distrito da área urbana. O Nova Itamarati tenta ser, desde 2015, o 80º município de Mato Grosso do Sul, conforme o Projeto de Lei Complementar 137/2015, em trâmite desde então na Câmara Federal de deputados.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa de Ponta Porã e com o prefeito de lá, Eduardo Campos, mas não houve retorno até a publicação deste material.
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