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Interior

Dívida de R$ 8 milhões coloca em risco atendimento em UTI de hospital do SUS

Empresa que opera leitos de UTI do Hospital da Vida ameaça suspender atendimento à meia-noite; MP mandou prefeitura cumprir acordo judicial e contratar leitos particulares

Helio de Freitas, de Dourados | 12/04/2018 09:41
UTI do Hospital da Vida é administrada por empresa terceirizada, que não recebe da prefeitura há nove meses (Foto: Divulgação)
UTI do Hospital da Vida é administrada por empresa terceirizada, que não recebe da prefeitura há nove meses (Foto: Divulgação)

Pacientes da Grande Dourados, Vale do Ivinhema e da região sul de Mato Grosso do Sul que dependem do SUS (Sistema Único de Saúde) podem ficar sem vaga em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a partir de amanhã.

Sem receber há nove meses, a empresa Intensicare, que opera os 20 leitos de UTI do Hospital da Vida, em Dourados, ameaça parar de receber novos pacientes à meia-noite de hoje (12).

Contratada em 2016 pela prefeitura para instalar e manter a UTI em funcionamento, a empresa cobra R$ 8 milhões da Funsaud (Fundação de Saúde de Dourados), que gerencia o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Nesta quarta-feira (11), o promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Júnior mandou ofício à prefeita Délia Razuk (PR) cobrando o cumprimento de um acordo judicial firmado na 2ª Vara Federal, que determina a contratação de leitos particulares de UTI para atender os pacientes, caso a Intensicare cumpra a ameaça de suspender o atendimento.

Conforme o promotor, a prefeitura deve contratar as vagas necessárias e o Estado e a União devem ressarcir o município em um terço da despesa de diária com os leitos particulares de UTI. O ofício foi enviado também para a seccional da AGU (Advocacia Geral da União) em Dourados e para a Procuradoria de Mato Grosso do Sul.

A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice de Oliveira Souza, disse que na reunião realizada ontem para discutir o problema não houve avanço, já que a prefeitura ainda não apresentou uma proposta para pagar os atrasados.

A prefeitura ainda não se manifestou oficialmente sobre a crise da UTI, mas o diretor-presidente da Funsaud, Luiz Carlos Mattos Filho, disse à rádio Grande FM que as negociações com a empresa continua. Segundo ele, por força de contrato a Intensicare não pode suspender o atendimento aos pacientes.

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