Em alerta, Três Lagoas investiga sequelas em bebês com toxoplasmose
Segundo médico da Vigiância Epidemiológica, suspeitas relatadas não são graves a princípio
A quantidade de notificações de toxoplasmose em gestantes e bebês registradas nos últimos 12 meses em Três Lagoas, cidade localizada a 338 quilômetros de Campo Grande, fez a prefeitura local emitir alerta à população nesta quinta-feira (26). Os casos foram diagnosticados em quatro mulheres grávidas infectadas e três bebês que nasceram com a doença, que foi transmitida durante a gestação.
Entre os recém-nascidos, todos tiveram resultado positivo para toxoplasmose no teste do pezinho, segundo informou o médico de Família e Comunidade do setor de Vigilância Epidemiológica da secretaria, Vinícius de Jesus Rodrigues Neves. "Há possíveis sequelas relatadas entre eles, mas não são graves a princípio. Estamos investigando", disse.
O médico ressalta que iniciar o pré-natal o quanto antes é medida fundamental para descobrir e tratar a toxoplasmose. "É o tratamento precoce que pode evitar as sequelas", pontua. Consequências gestacionais da toxoplasmose podem ser graves. Aborto, má formação, atraso no desenvolvimento mental, surdez e cegueira são algumas relacionadas.
Nos olhos - Quanto às mulheres infectadas, Vinícius afirma que residem em regiões dispersas entre si e que os casos parecem não ter correlação. O que foi identificado como comum entre eles são as pacientes terem apresentado sintomas da toxoplasmose ocular. Eles podem ser desde visão reduzida, até dor e lacrimejamento nos olhos.
Não há suspeita da forma de transmissão a elas. A toxoplasmose é provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. "O que estamos orientando, em geral, é evitar contato com fezes de gatos; não comer carnes cruas e lavar bem os alimentos antes de ingerir. São orientações que valem não só para as gestantes, mas para todos", diz.
Aumento - Os sete casos notificados não representam necessariamente um aumento em quantidades registradas anteriormente, ainda de acordo com o chefe da epidemiologia de Três Lagoas. "Não temos essa certeza porque o Ministério da Saúde não compilava esses dados até este ano", justificou.
A suspeita é que o aumento da capacidade de diagnóstico da doença pela saúde básica e da família no município tenha revelado os casos. "É uma doença, em geral, assintomática. Muitas pessoas passam a vida sem saber que estão infectadas. Por isso a importância do trabalho da Saúde nos bairros, para diagnosticar", finaliza.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News.