Em escola rural, adolescentes denunciam padrasto por estupro
O fato foi descoberto durante atendimento a alunos numa escola integral da zona rural
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Três adolescente com idades de 14 e 17 anos denunciaram o padrasto de 39 anos por estupro em Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo Grande. Entre as vítimas está uma criança de 10 anos. O fato foi descoberto durante atendimento a alunos numa escola integral da zona rural.
O caso foi registrado neste fim de semana na 1ª Delegacia de Polícia Civil por duas servidoras da Semed (Secretaria Municipal de Educação), responsáveis pelo programa voltado para reparação de danos causados por indisciplina escolar e casos de violência sexual.
Conforme apurado pela reportagem, as servidoras relataram que quatro alunos, sendo três deles irmãos, foram vítimas de abuso sexual praticado pelo mesmo autor. Uma delas, de 14 anos, contou que foi violentada pelo homem quando tinha 5 anos. Na ocasião, sua mãe mantinha relacionamento com o suspeito. Ela disse que a família nunca soube do crime e apresentou muita ansiedade e um grande desconforto em relatar o fato às educadoras.
As outras vítimas são 3 irmãos, de 17, 14 e 10 anos. Apesar de serem vítimas, a adolescente mais velha e o menino mais novo não quiseram contar detalhes sobre o crime. Os fatos foram narrados apenas pela garota de 14 anos.
Ela relatou que o autor é o atual namorado da mãe, que está ciente dos abusos. Durante o relato, a vítima demonstrou muito medo e preocupação de sua mãe ficar sem assistência, caso o padrasto seja preso. Ela também teme ser morta pelo autor.
Segundo a adolescente, tanto a mãe quanto a avó paterna sabem que os três são vítimas de estupro, mas culpam os irmãos pelo crime e nunca procuraram a polícia. As servidoras afirmaram que o autor é usuário de drogas, extremamente agressivo e trabalha numa área rural de difícil acesso.
Uma das vítimas disse ainda que o padrasto estava procurando casa em Campo Grande para se mudar. As servidoras acreditam que ele desconfia da denúncia contra ele e está querendo fugir. Todos os relatos feitos pelos alunos foram registrados em ata. Não há informação se o suspeito foi localizado para prestar depoimento.
A vítimas fizeram a denúncia na escola justamente no mês da campanha Maio Laranja, período em que as ações educativas e de orientação sobre o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são intensificadas. O Campo Grande News não divulgou o nome do autor para não identificar as vítimas, segundo determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).