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Interior

Em protesto contra marco temporal, indígenas de MS bloqueiam BR-262

Cerca de 100 indígenas de aldeias da região estão no local com cartazes pedindo a "demarcação já"

Por Fernanda Palheta | 05/08/2024 15:09
Com galhos espalhados nos dois sentidos da rodovia, indígenas protestam e bloquiam passagem na BR-262, em Miranda (Foto: Direto das Ruas)
Com galhos espalhados nos dois sentidos da rodovia, indígenas protestam e bloquiam passagem na BR-262, em Miranda (Foto: Direto das Ruas)

Em protesto contra o marco temporal para demarcação de terras, indígenas de Mato Grosso do Sul bloquearam os dois sentidos da rodovia BR-262, em Miranda, cidade a 207 quilômetros de Campo Grande, no início da tarde desta segunda-feira (5).

O bloqueio teve início por volta das 13h, horário local, mesmo horário em que começou a primeira audiência da comissão de conciliação que vai tratar das ações que envolvem demarcação, em Brasília. Cerca de 100 indígenas de aldeias da região estão no local com cartazes pedindo a "demarcação já" e usando galhos de árvores para bloquear a passagem.

A audiência do STF (Supremo Tribunal Federal) foi convocada pelo ministro Gilmar Mendes, relator das ações protocoladas pelos partidos PL, PP e Republicanos para manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco.

O ministro negou pedido de entidades para suspender a deliberação do Congresso que validou o marco, a decisão desagradou aos indígenas. A previsão é que as reuniões prossigam até 18 de dezembro deste ano.

Segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal), o bloqueio acontece no quilômetro 542, na entrada do distrito de Agachi. Equipes da PRF estão no local negociando a liberação da rodovia. Não há caminho alternativo. A BR-262 liga Campo Grande ao Pantanal, em Corumbá.

Marco temporal - De acordo com o marco temporal, os indígenas só têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Em setembro do ano passado Supremo decidiu contra o marco. No fim do mesmo ano, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que validou o marco.

A reportagem tentou contato com lideranças indígenas, mas até a públicação da matéria não teve retorno.

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