Delegação de ministério vai a “palco de guerra” entre indígenas e produtores
Secretário nacional do Ministério dos Povos Indígenas integra equipe que vai dar apoio a feridos
Delegação do Ministério dos Povos Indígenas segue nesta segunda-feira (5) para o município de Douradina, “palco de guerra” entre produtores rurais e indígenas que lutam pela demarcação do Território Panambi Lagoa Rica, de 12,1 mil hectares.
Nas últimas 48 horas, pelo menos 11 indígenas ficaram feridos por balas de borracha e munição letal durante confronto com sitiantes e seguranças privados que também estão acampados no local, para impedir novas ocupações.
Representante dos produtores disse ao Campo Grande News que dois apoiadores dos proprietários também ficaram feridos durante o confronto da noite deste domingo (4).
Um deles teria sido atingido por tiro de bala de borracha disparado por homens da Força Nacional, que estão na área para tentar impedir conflitos. A corporação ainda não se manifestou sobre o caso.
Integram a delegação em viagem a Douradina o secretário Nacional de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas Marcos Kaigang, o diretor do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas Francisco Nóbrega, a coordenadora-geral de Formação do departamento, Daniela Alarcon, e Caíque Galícia, assessor da Secretaria-Executiva.
Ao Campo Grande News, Daniela Alarcon afirmou que a missão da equipe é acompanhar a situação dos feridos e adotar outras providências nas sete áreas de retomada no entorno da Aldeia Panambi.
Segundo ela, dos cinco indígenas com ferimentos mais graves levados para o Hospital da Vida, dois tiveram alta no mesmo dia, dois deixaram o hospital ontem e o quinto, com quadro mais preocupante devido ao ferimento na cabeça, segue internado. Até ontem ele estava na ala vermelha do Hospital da Vida e hoje foi levado para a ala amarela.
Daniela Alarcon informou que no confronto de ontem na “retomada Yvy Ajere”, pelo menos um indígena foi ferido na cabeça por tiro de bala de borracha, mas não foi levado para o Hospital da Vida. “Ele foi removido pelo Corpo de Bombeiros, ainda estamos atualizando as informações sobre ele”, informou.
A reportagem apurou que dos feridos no sábado, pelo menos três foram atingidos por munição letal. Um deles teve a perna atravessada pelo tiro. Daniela Alarcon afirmou que apenas o laudo do IML (Instituto Médico Legal) vai revelar se de fato os sitiantes e seguranças usaram munição letal no confronto.
A Polícia Militar informou nesta segunda-feira que após o confronto de ontem, a situação se acalmou durante a noite. Equipes da PM, da Força Nacional, do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) permanecem na área.
Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.