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Interior

MPI cobra Ministério da Justiça e PF sobre ataque a indígenas em Douradina

Um indígena continua internado em estado grave; Força Nacional é acusada de deixar acampamento antes do ataque

Por Lucas Mamédio | 04/08/2024 11:48
Indígena ferido após ataque sofrido neste sábado (3) em Douradina (Foto: Abip)
Indígena ferido após ataque sofrido neste sábado (3) em Douradina (Foto: Abip)

O Ministério dos Povos Indígenas cobrou em nota explicações do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a suposta retirada de agentes da Força Nacional pouco antes do ataque sofrido por indígenas guarani-kaiowá na região da Panambi-Lagoa Rica em Douradina, a 190 km de Campo Grande, neste sábado (4). Segundo o MPI, ao menos oito pessoas ficaram feridas. Já de acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o número chega a 10.

"O secretário executivo do MPI, Eloy Terena, acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para receber explicações sobre a retirada da Força Nacional do local imediatamente antes do ataque e para garantir que o efetivo permaneceria no território para evitar novos episódios de violência",diz trecho da nota.

Um indígena ferido na cabeça segue internado em estado grave no Hospital da Vida, em Dourados. Equipes do MPI e da Funai estão em Mato Grosso do Sul e foram até o território, junto ao Ministério Público Federal (MPF), para prestar atendimento aos indígenas e seguem acompanhando a situação.

Além disso, o MPI emitiu ofício para o diretor-geral da Polícia Federal, solicitando a investigação sobre os ataques, bem como a presença de policiais no local, mas disse que não houve resposta.

"A equipe do MPI acionou a PF para ida ao local, mas, até o momento, nenhum efetivo foi encaminhado. O MPI também fez contato com o Comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, que indicou que havia reforçado o policiamento e permaneceriam no local durante a noite para evitar um novo ataque".

Os indígenas guarani-kaiowá estão na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, território já delimitado pela Funai em 2011. O documento que identifica a área como de ocupação tradicional indígena segue válido, porém, o andamento do procedimento demarcatório se encontra suspenso por ordem judicial.

A Delegacia da Polícia Federal em Dourados informou, através da assessoria da PF, que foi instaurado inquérito para investigar o suposto atentado a tiros de quinta-feira. Vestígios foram encaminhados para a perícia. O mesmo procedimento deve ser adotado sobre o ataque de sábado.

No dia 2 de agosto, última sexta-feira, os indígenas foram oficialmente intimados a deixarem a área pacificamente. Eles tem até o dia 7 para a retirada

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