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Interior

Adolescentes, idosa e grávida estão entre os 10 indígenas feridos

Dos 10 feridos, cinco foram levados ao hospital e um continua internado em estado grave

Por Lucas Mamédio | 04/08/2024 09:47


Um indígena guarani-kaiowá ferido na região da Panambi-Lagoa Rica em Douradina, a 190 km de Campo Grande, neste sábado (4), continua internado em estado grave no Hospital da Vida, em Dourados. Outros quatro indígenas também levados ao hospital tiveram alta entre sábado e domingo.

Ao todo, segundo informações tanto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) quanto do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), 10 indígenas ficaram feridos em um ataque cometido, supostamente, por produtores rurais, sendo cinco encaminhados para o hospital em Dourados e cinco atendidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) nos pontos de ocupação mesmo.

Ainda conforme o Cimi, o ataque deste sábado aconteceu em um dos sete pontos de ocupação ao longo das propriedades rurais. Entre as vítimas estão dois adolescentes, uma idosa e uma mulher grávida.

Indígena com ferimento no pescoço deitado no chão em Douradina (Foto: Apib)
Indígena com ferimento no pescoço deitado no chão em Douradina (Foto: Apib)

Vídeos e fotos divulgados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) mostram os feridos ensanguentados ao chão. Um dos vídeos é possível ver um homem com ferimento na cabeça. A entidade também divulgou que três pessoas foram atingidas com armas de fogo e os demais com balas de borracha.

O Cimi acusa a Força Nacional, que faz a segurança dos pontos de ocupação, de deixarem o local expondo os indígenas ao ataque de jagunços. Conforme nota publicada no site oficial da instituição, alguns agentes teriam inclusive avisado que os indígenas saíssem porque se não iriam “morrer”.

““Pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer”. Este foi o aviso dado a um indígena Guarani e Kaiowá das retomadas de Douradina (MS), no início da tarde deste sábado (3), por um agente da Força Nacional pouco antes do destacamento se retirar da área dando liberdade para um ataque de jagunços fortemente armados, que empoleirados em camionetes atiraram com munição letal e balas de borracha deixando dez Guarani e Kaiowá feridos – em apuração inicial”.

Indígena com a mão e cabeça ensanguentada após ser atingido (Foto: Apib)
Indígena com a mão e cabeça ensanguentada após ser atingido (Foto: Apib)

O Campo Grande News entrou em contato com a Força Nacional, que negou ter deixado o local. Segundo Capitão Camilo, o conflito que resultou nos 10 feridos aconteceu a quatro quilômetros de onde a guarnição da Força estava. “É uma extensão muito grande”, disse ele.

Uma encarregada do MPI está acompanhando os indígenas feridos, bem como a situação nos pontos de tensão em Douradina.

Jagunços presos - Dois dias antes de ataque que deixou os 10 indígenas feridos, a Força Nacional também flagrou casal armado dentro de caminhonete, depois de tiros disparados dentro do acampamento guarani-kaiowá, comunidade que disputa terras com fazendeiros. Indígena  levou tiro de raspão no tornozelo direito.

Indígena ferido ao chão aguardando atendimento (Foto: Apib)
Indígena ferido ao chão aguardando atendimento (Foto: Apib)

Um homem e uma mulher, não identificados, foram encaminhados à sede da Polícia Federal e disseram que foram contratados como seguranças de produtores rurais da região. Depois de prestar depoimento, ambos acabaram liberados. Ainda segundo a Força Nacional, as duas armas encontradas com eles foram apreendidas. 

A Delegacia da Polícia Federal em Dourados informou, através da assessoria da PF, que foi instaurado inquérito para investigar o suposto atentado a tiros de quinta-feira. Vestígios foram encaminhados para a perícia. O mesmo procedimento deve ser adotado sobre o ataque de sábado.

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