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Interior

Engenheiro da prefeitura é preso com três armas ilegais

Ao cumprir mandado na casa de Mauricio Sartoretto Martinez, PM encontrou 7 armas e até munição de fuzil

Por Helio de Freitas, de Dourados | 16/11/2023 13:36
Viatura do Gaeco em um dos endereços onde foram cumpridos mandados (Foto: Divulgação)
Viatura do Gaeco em um dos endereços onde foram cumpridos mandados (Foto: Divulgação)

O engenheiro Mauricio Sartoretto Martinez, 57, foi preso em flagrante por posse ilegal de armas e munições na manhã desta quinta-feira (16) em Amambai, a 351 km de campo Grande. Alvo da Operação Laços Ocultos desencadeada pelo Ministério Público, ele é servidor concursado da Prefeitura de Amambai.

Na casa dele, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, policiais militares que apoiavam a operação encontraram sete armas de fogo, sendo três delas irregulares. Levado para a Polícia Civil, ele foi autuado em flagrante por crime previsto no Estatuto do Desarmamento.

Conforme o boletim de ocorrência registrado na delegacia, às 6h10, os policiais bateram palmas em frente à residência e foram atendidos por Mauricio Sartoretto Martinez. Diante da apresentação do mandado de busca expedido pela Justiça, ele permitiu a entrada dos PMs.

Perguntando se teria armas de fogo na casa, Mauricio apresentou sete armas e a documentação de apenas quatro delas. No sistema da Policia Federal, os policiais militares constataram a legalidade dessas quatro armas. Entretanto, as outras três sem documentação foram apreendidas. Na casa também foram encontradas munições irregulares, entre as quais cartuchos de fuzil calibre 7,62, de uso restrito.

Mauricio Sartoretto Martinez foi um dos alvos dos 44 mandados de busca e apreensão cumpridos hoje no âmbito da Operação Laços Ocultos, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul através do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Investigação iniciada pela 1ª Promotoria de Justiça de Amambai relevou a existência de organização criminosa que praticava corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro. O grupo criminoso envolvendo políticos, servidores municipais e empresários, teria desviado pelo menos R$ 78 milhões nos últimos seis anos.

A organização atua fraudando licitações de obras e serviços de engenharia em Amambai e outros municípios, principalmente por meio de empresas ligadas a familiares, com sócios até então ocultos.

Entre os seis alvos de mandados de prisão preventiva estão dois vereadores. Os nomes dos não foram revelados, mas a reportagem apurou que entre os presos estaria o vereador Valter Brito da Silva (PSDB). No nono mandato e dono de uma construtora, Brito já foi vice-prefeito, já presidiu a Câmara e atualmente é o líder do prefeito Edinaldo Bandeira (PSDB) no Legislativo.

Além de Amambai, os mandados foram cumpridos em Campo Grande, Bela Vista, Naviraí e Itajaí (SC). Análise feita em obras executadas por empresas do esquema e contrato apontou superfaturamento e inexecução parcial, além do pagamento de propina a agentes políticos e servidores públicos municipais que deveriam fiscalizar as obras.

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