Estudantes e professores protestam por melhorias na educação indígena
Marcha Nacional para a Educação Escolar Indígena reuniu pelo menos 200 pessoas na manhã de hoje na Marcelino Pires
Pelo menos 200 pessoas participaram na manhã de hoje (5) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, de um protesto em defesa da educação indígena. O ato reuniu professores, estudantes do ensino médio e universitários e fez parte da Marcha Nacional para Educação Escolar Indígena.
Além de cobrar mais investimento na educação indígena, a marcha, que seguiu pela Avenida Marcelino Pires até a Praça Antonio João, protestou contra as reformas trabalhista e da Previdência e cobrou agilidade na demarcação de terras.
Na semana passada, o presidente da Funai, Antônio Costa, se reuniu em Dourados com representantes indígenas e ao Campo Grande News afirmou que vai destravar os estudos sobre identificação das terras.
Uma carta será elaborada ainda hoje pelos manifestantes e destinada ao MPF (Ministério Público Federal) e ao governo, protestando contra as reformas que estão em discussão no Congresso Nacional. Para os organizadores do movimento, as propostas do governo Michel Temer vão afetar diretamente a vida dos trabalhadores índios que vivem de atividades rurais.
Organizadores do movimento afirmam que outra reivindicação é mais investimento na educação dos jovens indígenas. Pelo menos dois mil guarani-kaiowá e terenas em idade escolar estão fora das salas de aula, segundo o movimento.
“A marcha é parte de uma organização em todo o país, convocada pelo Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena. O objetivo é sensibilizar a sociedade para as necessidades e contra o racismo institucional no que se refere à educação escolar para os povos indígenas”, afirmou o professor da UFGD Neimar Machado.
Segundo ele, a educação indígena é precária em todo o país. “Para se ter uma ideia, das 3.090 escolas indígenas do país, 30% delas não têm água e luz e muitas não reconhecidas como escolas indígenas. Além disso, muitas crianças não têm acesso à escola porque estão em áreas de difícil acesso e em locais de conflito”, afirmou Machado.