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Interior

Estudantes protestam contra juiz que proibiu ato sobre fascismo

Acadêmicos da UFGD e da Uems apontam censura em decisão do juiz Rubens Witzel Filho, que mandou interromper aula pública

Helio de Freitas, de Dourados | 26/10/2018 11:30
Faixa estendida nesta sexta por estudantes da UFGD em protesto contra censura (Foto: Divulgação)
Faixa estendida nesta sexta por estudantes da UFGD em protesto contra censura (Foto: Divulgação)

Estudantes da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) e da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) fazem ato nesta sexta-feira (26) em protesto contra a decisão do juiz da 18ª Zona Eleitoral Rubens Witzel Filho, que ontem proibiu uma aula pública sobre fascismo.

Com faixas e cartazes, dezenas de acadêmicos estão concentrados em frente à Biblioteca Central, na Cidade Universitária – onde funcionam os dois campi. Eles denunciam censura por parte da Justiça Eleitoral.

Uma grande faixa preta com a mensagem “Uems e UFGD contra o fascismo” foi instalada em frente à biblioteca. A faixa também tem a palavra “elenão”, usada pelo movimento contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro.

Cartazes foram colados na parede da biblioteca e um equipamento de som foi levado para o local, para os universitários se manifestarem.

Aula pública sobre fascismo foi organizada pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFGD e acontecia no Centro de Convivência da instituição, ontem de manhã.

Os discursos sobre o tema começaram às 10h, mas uma hora depois a aula foi suspensa por um oficial de Justiça acompanhado de policiais federais.

Na decisão, o juiz determinou a notificação da reitora da UFGD Liane Calarge ou de seu representante legal “para que seja proibida a realização da aula pública referente ao tema Esmagar o Fascismo, a ser realizada em 25/10/2018 às 10h, nas dependências da citada universidade”.

A denúncia anônima que levou o juiz a tomar a decisão foi feita através do aplicativo “Pardal”, criado pela Justiça Eleitoral para incentivar a população a ajudar a fiscalizar as eleições.

O DCE contesta o teor da denúncia. Em sua página no Facebook, o diretório divulgou “nota de esclarecimento” sobre o caso e negou que a aula tivesse o tema “esmagar o fascismo”.

“A atividade foi oficialmente divulgada como Aula Pública sobre Fascismo. O título atribuído à aula pela denúncia [Esmagando o fascismo - o perigo da candidatura bolsonaro] nunca foi utilizado pelo DCE, tampouco, o texto anexado como ‘prova’ foi compartilhado através das mídias do DCE”, afirma o diretório.

“Voltamos a manifestar nosso repúdio a essa decisão judicial que, de forma equivocada, aplicou a censura a um debate público sobre um tema tão pertinente que é o fascismo. A universidade é um espaço de compartilhamento de conhecimento, de diálogo e de debate de ideias”, afirma o DCE.

Cartazes também foram afixados na parede da Biblioteca Central (Foto: Divulgação)
Cartazes também foram afixados na parede da Biblioteca Central (Foto: Divulgação)
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