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Interior

UFGD cobra respeito à liberdade após juiz proibir aula sobre política

Sem citar veto a debate sobre fascismo, proibido hoje de manhã, universidade se manifestou “pela democracia e contra a violência”

Helio de Freitas, de Dourados | 25/10/2018 17:09
Prédio da reitoria da UFGD, em Dourados; universidade cobrou liberdade de pensamento (Foto: Arquivo)
Prédio da reitoria da UFGD, em Dourados; universidade cobrou liberdade de pensamento (Foto: Arquivo)

A reitoria da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) cobrou respeito às liberdades de pensamento e se manifestou pela democracia e contra a violência em nota oficial divulgada na tarde desta quinta-feira (25).

A manifestação ocorre cinco horas após o juiz da 18ª Zona Eleitoral Rubens Witzel Filho proibir a aula pública “Esmagar o Fascismo", organizada pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) e que acontecia no Centro de Convivência da unidade II da UFGD, na Cidade Universitária.

Sem citar a decisão do juiz eleitoral, a reitoria afirma repudiar “qualquer tentativa de cerceamento às diferenças e/ou atentado à nossa Constituição”.

A instituição também demonstra preocupação com as manifestações de ódio e violência por convicções políticas já em andamento em função do segundo turno das eleições de 2018 no Brasil.

“Em se tratando de uma universidade pública, a UFGD se posiciona a favor de um ambiente plural, com produção científica, artística e cultural; um lugar de conhecimento”, diz a nota.

A reitoria continua: “Este ambiente deve ser democrático, para oportunizar o diálogo, a produção de pensamento crítico, proposta de ideias e posições, inclusive antagônicas, com possibilidade de pontos de vistas variados, mas sempre no âmbito das tolerâncias, respeitando-se as perspectivas ideológicas e as condições pessoais de forma não-violenta, repudiando qualquer tentativa de cerceamento às diferenças e/ou atentado à nossa Constituição”.

Para a reitoria da UFGD, “é importante que o espaço universitário seja respeitado, garantindo-se assim, as liberdades de pensamento e de reunião asseguradas pela Constituição”.

“Reafirmamos e tornamos público o apreço pelo Estado Democrático de Direito do Brasil, pela autonomia da Universidade Federal pública, apartidária, laica, pluralista, gratuita e com qualidade e, desejamos que nestas eleições, predomine o espírito de paz e respeito às liberdades entre o povo brasileiro”, encerra a nota da reitoria.

Aula sobre fascismo – Estudantes da UFGD acusam a Justiça Eleitoral de censurar a aula pública sobre política que estava acontecendo na manhã desta quinta-feira na unidade II.

Os discursos sobre o tema começaram às 10h, mas uma hora depois a aula foi suspensa por um oficial de Justiça, que foi ao local acompanhado por policiais federais para cumprir a ordem do juiz eleitoral.

O juiz determinou a notificação da reitora Liane Calarge ou de seu representante legal “para que seja proibida a realização da aula pública referente ao tema Esmagar o Fascismo nas dependências da citada universidade”.

De acordo com a Justiça Eleitoral, a determinação ocorreu após denúncia de que o evento de cunho político seria realizado nas dependências de um órgão público, o que contraria a lei.

“O microfone da atividade estava livre para estudantes que se manifestavam sobre a conjuntura política, as posturas de ódio, violência e a ameaça fascista. A Polícia Federal também abordou integrantes do DCE, coletou nomes e tirou fotos da bandeira da nossa organização. Repudiamos esse ato de censura”, protestou o DCE.

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