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Interior

Ex-chefe de combate às drogas é investigado por ligação com traficante

Arnaldo Giuzzio, que foi ministro do Interior e chefiou a Senad, foi alvo de buscas hoje no Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 16/08/2022 15:14
Arnaldo Giuzzio (à direita), então ministro, ao lado do traficante brasileiro (Foto: Diário Hoy)
Arnaldo Giuzzio (à direita), então ministro, ao lado do traficante brasileiro (Foto: Diário Hoy)

Operação conduzida por promotores de Justiça da força-tarefa contra o crime organizado fez buscas nesta terça-feira (16) na casa do ex-ministro do Interior do Paraguai e ex-diretor da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) Arnaldo Giuzzio. Documentos foram apreendidos no domicílio oficial dele na capital Asunción.

Giuzzio é investigado por ligação com o narcotraficante brasileiro Marcos Vinicius Espíndola Marques de Pádua, preso em fevereiro deste ano em Foz do Iguaçu (PR).

O ex-ministro é acusado de aceitar presentes do traficante, que tentava emplacar uma de suas empresas como fornecedora de serviços para o governo paraguaio. Um desses “presentes” foi carro usado por Arnaldo Giuzzio para viagem de férias ao Brasil.

Durante a prisão de Marcos Vinicius, em fevereiro deste ano, a polícia brasileira descobriu dezenas de conversas dele com Arnaldo Giuzzio através do aplicativo WhatsApp. Na época, Giuzzio ocupava o Ministério do Interior e foi demitido pelo presidente da República Mario Abdo Benítez.

Arnaldo Giuzzio foi denunciado pelo Ministério Público do Paraguai por corrupção passiva. Assinada pelo promotor da Unidade de Delitos Econômicos e Anticorrupção Osmar David Legal e pela promotora da Unidade de Crime Organizado Alicia Sapriza Gómez, a denúncia afirma que Giuzzio manteve contatos frequentes com o brasileiro no período em ocupou o ministério (janeiro de 2021 a fevereiro de 2022).

Segundo a denúncia, Marcos Vinicius teria presenteado o então ministro para que sua empresa fosse vencedora de licitação para fornecer veículos blindados e coletes à prova de bala ao governo do Paraguai.

Os promotores afirmam que Giuzzio sabia das intenções do brasileiro em ter sua empresa contratada pelo governo do Paraguai. Quando as buscas ainda aconteciam em sua casa, o ex-ministro disse que as acusações são falsas e atribui o caso a suposta retaliação do ex-presidente Horacio Cartes.

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