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Interior

Fã de Caravana, mulher avisou os amigos sobre etapas até ser atendida

Pacientes comemoram atendimentos na Caravana da Saúde e até prefeito reconhece que SUS não daria conta de zerar fila

Helio de Freitas, de Dourados | 16/04/2016 14:05
Governador cumprimenta pacientes que fizeram cirurgia de catarata após vários anos de espera (Foto: Eliel Oliveira)
Governador cumprimenta pacientes que fizeram cirurgia de catarata após vários anos de espera (Foto: Eliel Oliveira)
Justina falou em nome dos pacientes e contou drama para conseguir exame (Foto: Chico Ribeiro/Divulgação)
Justina falou em nome dos pacientes e contou drama para conseguir exame (Foto: Chico Ribeiro/Divulgação)
Líder indígena Sebastião Arce Snardi fez cirurgia de catarata (Foto: Chico Ribeiro/Divulgação)
Líder indígena Sebastião Arce Snardi fez cirurgia de catarata (Foto: Chico Ribeiro/Divulgação)

Garota propaganda da Caravana da Saúde. Assim a douradense Justina Santos, 40, foi apresentada pelo cerimonial ao ser chamada ao palco ocupado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), na manhã deste sábado (16) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, onde acontece a 10ª edição do mutirão de atendimentos.

Justina disse que desde as primeiras edições da caravana, no ano passado, ela acompanha a agenda dos eventos e entra em contato com os amigos que têm em várias regiões de Mato Grosso do Sul, para avisá-los sobre os atendimentos. “Acompanho a agenda pelo site do governo e ligo para as pessoas que conheço para informar sobre os serviços e em quais cidades podem procurar atendimento”, contou ela.

Agora que a caravana chegou a Dourados, Justina, enfim, pode se beneficiar dos serviços. Depois de oito meses de espera, ela conseguiu fazer um exame do coração e vai poder acompanhar melhor a própria saúde.

Outro personagem dessa edição da caravana é o líder indígena caiuá Sebastião Arce Snardi, 69. Morador na aldeia Bororó, ele ficou foi anos esperando por uma cirurgia de catarata e não conseguia mais enxergar. Hoje passou pelo procedimento na Caravana da Saúde e fez questão de subir ao palco e agradecer ao governador. “Não estava mais conseguindo caminhar porque não enxergava direito”, disse ele.

“São todos muito educados com a gente. Achei muito legal porque vi muita gente sendo atendida, fazendo até cirurgias como a dos olhos”, afirmou a dona de casa Laurinda Messa de Souza, 68, que procurou a caravana para se consultar com dermatologista.

Carlos Gregório Carolo, 67, que participou de um mutirão de saúde em Amambai, em 2008, e descobriu um câncer de próstata, recorreu mais uma vez ao atendimento, agora na Caravana da Saúde. Ele retirou uma lesão no nariz. “Estava com o encaminhamento do médico há três meses e só não fiz a cirurgia antes porque não tinha vaga”, afirmou. Ele vai aguardar a biopsia para saber se precisará de tratamento.

Hospital vai evitar nova filaReinaldo Azambuja disse que além de zerar a fila de espera por exames e cirurgias, “quem em alguns casos chegam a 15 anos, como me falou hoje uma moradora de Fátima do Sul”, a Caravana da Saúde deixa como legado equipamentos e estrutura para garantir que a demanda não volte a ficar reprimida. “Não podemos mais permitir isso com as pessoas, que percam a esperança de conseguir uma consulta, um exame, uma cirurgia”.

Segundo ele, além do Hospital Regional da Grande Dourados, cujo lançamento da obra deve ocorrer em breve, o governo do Estado mantém o hospital de cirurgias eletivas, inaugurado no final do ano passado e que tem como meta fazer até 450 procedimentos por mês.

Mais de um ano e três meses depois de cancelar a construção do Hospital Regional lançado pelo antecessor, André Puccinelli (PMDB), Reinaldo voltou a falar do episódio e disse que chegou a ser criticado por suspender a obra. “Só que não tinha um centavo empenhado para aquela obra, nem o projeto estava aprovado no Ministério da Saúde. Agora fizemos o projeto, já conseguimos a aprovação e vamos lançar a licitação. O governo vai custear metade da obra com recurso próprio e o restante serão de emendas dos nossos deputados”.

SUS não dá conta – O prefeito de Dourados, Murilo Zauith (PSB), agradeceu à “sensibilidade” do governador por trazer a Caravana da Saúde para Dourados e afirmou que a fila de espera por exames e cirurgias ocorre porque o SUS (Sistema Único de Saúde) não da conta de atender a demanda.

“Sem esse apoio do governo do Estado, dificilmente essas pessoas seriam atendidas. Estaremos sempre ao lado do governo, quando for de interesse da nossa população. Por isso agradecemos ao governador, por atender pessoas que já estavam cansadas de esperar”, afirmou Murilo.

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