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Interior

Família de jovem brutalmente atacado se revolta com agressor solto pela cidade

“Ele atacou meu irmão na covardia, com várias perfurações na cabeça", relata irmã da vítima

Aline dos Santos | 13/03/2023 11:26
Victor está em coma, internado na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
Victor está em coma, internado na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)

Tomada pelo medo de sofrer nova violência e revoltada com a liberdade do agressor, a família de Victor Alves Mendonça, 24 anos - brutalmente atacado com chave de fenda pelo cunhado e, atualmente, em coma – pede por justiça.

A tentativa de homicídio aconteceu em Costa Rica, a 305 km de Campo Grande, na última terça-feira (dia 7). Após o crime, Lusmar Paula de Andrade, 29 anos, se apresentou à Polícia Civil, onde foi preso em flagrante e entregou a ferramenta com 20 centímetros, sendo metade de ferro. Porém, no dia seguinte, foi solto na audiência de custódia com ordem de uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se aproximar da vítima.

“Ele atacou meu irmão na covardia, com várias perfurações na cabeça. Não tinha como o meu irmão se defender. Ele está no CTI [Centro de Terapia Intensiva] lutando pela vida, o lado direito está paralisado e o agressor foi solto. Como eles soltam uma pessoa com problemas mentais? Está andando normal pelas ruas de Costa Rica”, afirma Rafaela Alves Mendonça, 32 anos, irmã de Victor. O caso causou comoção e passeata na cidade.

Ela mora em Chapadão do Céu (Goiás) e desde a semana passada está ao lado do irmão na Santa Casa de Campo Grande. No aplicativo WhatsApp, a foto mostra as mãos dos irmão entrelaçadas.

“Vim para dar apoio e fazer companhia. Na hora que acordar, ele vai ver que  não está sozinho. Minha mão segura a dele”, diz Rafaela. A mãe deles vai passar por cirurgia para tratamento de câncer, enquanto a esposa de Victor está abalada emocionalmente.

A família vai pedir que a medida protetiva seja ampliada para todos, determinando que Lusmar, marido da irmã de Rafaela e Victor, não se aproxime de mais ninguém do núcleo familiar. Eles se preocupam com a possibilidade de nova violência.

“A Justiça é muito falha, se o Ministério Público não resolver nada, vamos juntar e pagar advogado. Não pode ficar assim”, relata. Rafaela relata que o cunhado afastou a irmã da família e se gabava de que poderia cometer crime sem ser preso. De acordo com ela, o áudio foi encaminhado à polícia.

Rafaela segura a mão do irmão: "Na hora que acordar, ele vai ver que não está sozinho". (Foto: Arquivo pessoal)
Rafaela segura a mão do irmão: "Na hora que acordar, ele vai ver que não está sozinho". (Foto: Arquivo pessoal)

Processo – Primeiro, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) se manifestou para que Lusmar Paula de Andrade permanecesse preso.

“A violência e a crueldade com que o autuado agrediu a vítima, desferindo incontáveis golpes no rosto e pescoço desta, só cessando ao perceber que Vitor já não esboçava qualquer tipo de reação, denotam a necessidade do resguardo da ordem pública, mediante a decretação da prisão preventiva”, afirmou a promotora Fernanda Proença de Azambuja, atuando em substituição legal.

No curso da audiência de custódia, o promotor Matheus Macedo Cartapatti (em substituição legal) postulou pela homologação do auto de prisão em flagrante e consequente concessão da liberdade provisória cumulada com medidas cautelares diversas.

Aparentemente, o preso é portador de transtorno psíquico. Para o juiz Francisco Soliman, apesar de o delito em investigação admitir a prisão preventiva e estarem presentes pressupostos – prova da materialidade, indícios de autoria e necessidade de garantir a ordem pública-, o entendimento é de que a situação não exige a decretação da medida cautelar extrema.

“Sendo possível a utilização de providências diversas, menos restritivas, porém igualmente eficientes”, informa a decisão. O magistrado determinou que o autor mantenha distância de 300 metros da vítima e de sua residência, proibição de se ausentar de Costa Rica sem ordem judicial e monitoração eletrônica pelo prazo de três meses.

A defesa de Lusmar informou que respeita o trabalho da imprensa, mas não vai se manifestar sobre o caso.

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