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Interior

Fazendas invadidas pelo MST ficarão 2 anos sem entrar na reforma agrária

Ricardo Campos Jr. | 29/06/2017 08:45

A invasão de duas fazendas por grupos ligados ao movimento sem-terra em Nioaque, a 179 quilômetros de Campo Grande, prejudicará a inserção das propriedades na reforma agrária. Conforme o superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Humberto César Mota Maciel, a lei proíbe vistorias de produtividade durante dois anos em lugares ocupados.

Dessa forma, segundo ele, a atitude dos grupos foi um “tiro no pé”. Os processos para criação de assentamentos foram retomados há um mês depois de ficarem parados por oito anos, segundo ele. Essas áreas retomadas ontem não entrarão tão cedo na lista.

A reintegração foi realizada pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. Cerca de 570 famílias estavam acampadas há um mês nas fazendas Serra Dourada e Maravilha, que pertencem a Levy Dias, ex-senador, deputado e prefeito por Mato Grosso do Sul.

Durante a ação, Vanildo Elias, uma das lideranças do MSTB (Movimento Sem-Terra Brasileiro), foi detido e encaminhado à delegacia. Segundo boletim de ocorrência, o mandado de reintegração ordenava que as famílias saíssem das propriedades e sequer ficassem no entorno da propriedade.

Assim, os agentes proibiriam o grupo de ficar às margens da rodovia, próximo ao local da ocupação. Vanildo, conforme o registro, “agitou” os colegas para ficarem em frente das fazendas, sendo fichado por desobediência.

Vanildo disse ao Campo Grande News que a ação policial foi truculenta. Os militares, segundo ele, só deixaram as famílias recolherem as roupas. Outros pertences e até mesmo comida foram abaixo junto com os barracos, destruídos por tratores.

“Desocupar as áreas invadidas é uma coisa, proibir as pessoas de ficarem às margens das rodovias e desmancharem os barracos é outra”, afirma a liderança.

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