Fila, passageira barrada e ‘teste corporal’ marcam 1º dia de fronteira fechada

A quinta-feira (19) foi marcada por lentidão no atendimento, filas de veículos, passageira barrada e até realização de testes corporais em imigrantes, após o anúncio do Governo Federal sobre o fechamento da fronteira de Corumbá, com as cidades de Puerto Suárez e Puerto Quijarro, na Bolívia.

A portaria que foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, restringe a entrada de estrangeiros da Bolívia e mais 7 territórios que fazem fronteira com o Brasil, como medida de contenção ao avanço no novo coronavírus.

No Posto Esdras, onde fica a sede da Receita Federal em Corumbá, servidores do órgão com o apoio de policiais militares fizeram a fiscalização de rotina, sem nenhum imprevisto, durante o dia. Contudo, as autoridades de fiscalização ainda aguardam a definição das ações de trabalho e reforço nas equipes.

“Estamos no aguardo para sabermos como será feito esse controle migratório, até porque esse fluxo de veículos é muito intenso, com certeza será necessário uma força-tarefa entre os órgãos federais e de segurança pública, com as forças armadas, para ver como se dará essa dinâmica aqui na fronteira”, explicou ao Diário Corumbaense, o auditor fiscal Hermano Toscano.

Toscano também lança o alerta. “Hoje, com o efetivo que temos, não há como fazer esse controle. Nem nós e nem a Polícia Federal, a não ser que todo o nosso efetivo seja disponibilizado aqui na fronteira”, completou.

A reportagem também entrou em contato com a sede da Polícia Federal em Corumbá, nesta noite (19), que ressaltou que o atendimento ocorreu normalmente durante o dia.

Durante esta noite (18), no entanto, um ônibus com uma passageira, diagnosticada com suspeito de coronavírus em SP foi barrado na entrada de Corumbá. A situação gerou tumulto, mobilizou servidores da saúde, Corpo de Bombeiros e terminou com a orientação de que os cerca de 22 passageiros do coletivo ficassem de quarentena.

Bolívia

Diferente de Corumbá, onde o pouco efetivo de agentes demonstra a necessidade de um reforço de agentes, no lado boliviano da fronteira, não só policiais, como também militares do Exército e da Armada Boliviana saíram às ruas para alertar a população.

Equipes médicas também estão realizando o controle de pessoas que ingressam no país através de Mato Grosso do Sul, utilizando termômetro laser digital corporal, para saber se as pessoas apresentam febre ou não, um dos sintomas do coronavírus, além da falta de ar e tosse persistente.

Quem está dentro dos carros também é convidado a descer para passar pelo procedimento. “Acho necessário, pois só assim, iremos ter o controle da doença. É uma situação de guerra, é assustador. Mas entendo que é preciso, as pessoas têm que entender que é fundamental a prevenção. É eficaz”, disse ao site local, Mirian Cassimiro, que é estudante de medicina e está passando alguns dias em Puerto Quijarro.

Nesta quinta-feira, o ministro da Defesa, Fernando Lópes, esteve no posto de controle migratório da Bolívia e reforçou que estrangeiros não poderão entrar no território boliviano a partir da zero desta sexta-feira (20).

Ele citou os 7 casos confirmados do coronavírus em Campo Grande. "Que fiquem por lá, inclusive bolivianos que moram ou têm parentes naquela região", comentou. A Bolívia também tem 15 casos confirmados do coronavírus até agora.