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Interior

Homem que abandonou idosa agonizando já foi condenado por estupro

O homem teve pena de 10 anos e 6 meses por estupro da esposa

Por Viviane Oliveira | 11/01/2024 09:29
Local onde a vítima foi encontrada ferida e o genro dela morto enforcado (Foto: divulgação)
Local onde a vítima foi encontrada ferida e o genro dela morto enforcado (Foto: divulgação)

A terceira testemunha da tentativa de homicídio contra a idosa de 73 anos, ferida com golpe de machado na cabeça, em um sítio no distrito do Alto Santana, a 22 quilômetros da zona urbana de Paranaíba, foi condenada a 10 anos e 6 meses por estupro e está foragida.

A idosa foi atacada por volta das 18h de segunda-feira (8) pelo genro, de 56 anos, mas só foi encontrada pela Polícia Civil na terça-feira (9), cerca de 18h após o crime, porque três testemunhas abandonaram a vítima agonizando, voltaram para a cidade e não avisaram a polícia. Além do foragido por estupro, presenciaram o crime uma mulher de 66 anos, amiga da vítima, e outro homem.

Conforme a delegada Eva Maira Cogo da Silva, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) da cidade, o homem que está foragido foi processado e condenado por estupro marital (crime cometido dentro de uma relação conjugal). “A gente já estava à procura dele e coincidentemente ele foi testemunha do crime. Nós acreditamos que esse é o motivo principal para ele não ter acionado a polícia”.

O outro homem, que também presenciou o fato e transportou as testemunhas de volta para a cidade, se apresentou ontem (10) com advogado. “Ele alega que não acionou a polícia porque achou que o outro homem iria acionar. As versões são contraditórias. Um está jogando para o outro essa situação”, disse.

Quem acionou a polícia foi a idosa, amiga da vítima, que somente no outro dia, ao saber que os homens não tinham comunicado o fato às autoridades, avisou o filho e os dois procuraram a delegacia. A mulher estava na casa da vítima para ajudar a matar um porco e limpar a casa.

Caso - O crime aconteceu ainda no início da noite de segunda-feira (8), no entanto, a polícia só foi acionada na tarde de terça-feira, quando o filho da amiga da vítima chegou de viagem e foi avisado pela mãe sobre o caso. Ele ligou na delegacia da cidade e avisou que tinha acontecido um feminicídio seguido de suicídio na propriedade.

Equipes da DAM foram imediatamente até o local junto com a funerária de plantão e ao desembarcarem da viatura viram a vítima, que estava caída, fazer um leve movimento com o braço esquerdo. A idosa foi colocada no carro e levada para atendimento médico.

“Colocamos ela em um colchão e levamos para o carro da funerária que é semelhante a uma ambulância. Ela estava gravemente ferida e, por conta da distância, a viatura do Corpo de Bombeiros demoraria a chegar”, disse a delegada.

A idosa sofreu um corte profundo no crânio e o autor, homem de 56 anos, genro da vítima, acabou cometendo suicídio por acreditar que ela estava morta. Ele estava a aproximadamente 4 metros da mulher que precisou ser transferida para Três Lagoas, por conta da gravidade do ferimento. A vítima continua internada na unidade de saúde em estado grave.

Omissão - As testemunhas que não acionaram a polícia vão responder por omissão de socorro. “Eles presenciaram a briga e o autor depois de desferir o golpe na cabeça da idosa teria pedido que eles deixassem o local. Eles assim fizeram. Porém a responsabilização vem a partir daí, a omissão em não avisar a polícia. Passaram em frente a um posto da Polícia Rodoviária Estadual e também poderiam ter acionado a Polícia Militar ou a Civil ainda na cidade”, pontuou a delegada.

A vítima e o genro eram sócios e a desavença começou com um desentendimento sobre a venda do sítio. Quando foi ferida com golpe de machado, a idosa estava de costas para o autor, nas casa onde ficava as ferramentas, com vários objetos nas mãos.

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