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Interior

Homem que matou ex-mulher e sobrinha é condenado a 67 anos de prisão

Crislaine Célia e Mariane Cristiane foram mortas a tiros em março de 2022 e tentou matar outras mulheres

Por Ana Paula Chuva | 27/06/2024 13:42
José durante depoimento ao juiz Rodrigo Pedrini (Foto: Reprodução)
José durante depoimento ao juiz Rodrigo Pedrini (Foto: Reprodução)

José Barbosa dos Santos foi condenado a 67 anos e oito meses de prisão por matar a ex-mulher e a sobrinha, além de tentar assassinar outras duas mulheres e uma criança de 12 anos. O crime aconteceu em março de 2022, na cidade de Três Lagoas, distante 327 quilômetros de Campo Grande. O réu foi julgado na semana passada e a sentença foi publicada no Diário da Justiça desta quinta-feira (27).

O casal viveu junto por 6 anos e tiveram uma filha, mas a mulher já tinha outros três filhos. O julgamento aconteceu na sexta-feira (21) e de acordo com a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o autor era agressivo e violento com a ex-companheira. Ele foi preso logo após o crime e chegou a tentar se matar na frente dos policiais, mas a arma falhou.

A filha de Crislaine foi ouvida em sessão especial e contou que estava comemorando o aniversário da ex-babá juntamente com a mulher, a prima e outras mulheres. Ela viu quando o padrasto passou do lado do local e começou a rir. A menina diz que José ainda falou algo no ouvido da vítima que deixou ela brava.

“Ela falou assim ‘para com isso Barbosa, isso não é de se falar’. Ela ficou muito brava e ele começou a rir. Minha irmã estava no colo dele e começou a chorar. Ela não gostava dele, porque ele batia na minha mãe, ele acorda minha mãe para mexer no celular dela e minha irmã via tudo isso. Ele jogou minha irmã no chão e pegou a arma”, relata a menina.

Na sequência, ela narra que José deu um tiro na barriga de Crislaine, mas ninguém percebeu que a vítima estava ferida. Neste momento, ela e a mãe entraram na casa e recebeu a ordem para que ela saísse, neste momento, a menina ouviu mais um tiro. O homem saiu correndo ela entrou da residência novamente e viu a mulher já caída no chão.

“Meu celular estava na cozinha. Eu corri para pegar e ligar para minha vó, ele voltou. Eu joguei o celular porque achei que ele ia ficar bravo e fiquei do lado da minha mãe tentando chamar ela, mas ela não acordava. Ele parou na frente da porta da cozinha e tentou atirar na minha cabeça, mas a arma falhou. Corri para a casa do lado e fiquei lá com minha prima e o namorado dela”, explicou a filha da vítima.

O depoimento da menina dura cerca de 31 minutos. Depois que ela fugiu para a casa da prima, ela só lembra do momento em que a polícia chegou e não sabe mais o que aconteceu. Ele também disse que a vítima estava envolvida em outro relacionamento e não aceitava o término e insistia em morar com a vítima.

Ainda segundo a denúncia do MP, época do crime, José precisava comprovar residência por conta de uma acusação de homicídio na cidade de Olímpia, em dezembro do ano anterior, e tinha medo de ter a prisão preventiva decretada. José foi ouvido por videoconferência de dentro do presídio. Na frente do juiz Rodrigo Pedrini ele confessou os crimes e afirmou que se sentia ameaçado por familiares da ex-mulher.

“Meritíssimo, eu cometi um erro, entendeu. Eu fiz mesmo, e o que aconteceu eu estou aqui para falar a verdade do que aconteceu” relatou José. Em seguida, o homem afirma que estava tendo brigas constantes com a companheira, mas apenas em uma delas houve agressão. “Ela me afrontava quando a gente começava a discutir. Eu pagava pensão, ela ia pro bar com as amigas, eu não gostei e tivemos a treta. Eu cheguei e falei que não pagaria mais a pensão enquanto não tivesse o exame de DNA”, continuou José.

Ainda na frente do juiz, José relatou que no dia do crime ele perdeu a cabeça. Alegou ainda que recebia ligações do irmão da vítima que o ameaçava de morte, mas nunca procurou a polícia e comprou a arma usada no crime para se proteger.

Após mais de 5 horas, José foi sentenciado a 67 anos e 8 meses de prisão em regime fechado, pelos assassinatos de Crislaine e a sobrinha Mariane, além da tentativa de tirar a vida de duas amigas das vítimas e a filha da ex companheira.

Pela morte de Crislaine, ele foi condenado também pelo crime de feminicídio. Foi fixada também a indenização de R$ 10 mil para cada vítima de assassinado e R$ 5 mil por cada tentativa.

Crime - No dia do crime, as vítima e outras cinco mulheres, além de quatro crianças, estavam sentadas em frente ao apartamento de Crislaine, quando José apareceu e ameaçou a todas com um revólver.

Crislaine correu para dentro do apartamento e o autor foi atrás. Ele  atirou nas costas da ex-mulher. Logo depois, o homem correu atrás de Mariane e também a feriu com tiros. A vítima caiu no chão e chegou a implorar pela vida, mas José atirou na cabeça dela e chutou o corpo.

Mais uma vez, ele entrou no apartamento onde estava Crislaine e a filha da vítima de 12 anos e tentou atirar na cabeça da menina, porém a arma fallhou. A PM (Polícia Militar) foi acionada e ele confessou o crime. José ainda tentou se matar, mas o revólver novamente não funcionou. Ele foi preso em flagrante.

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