Homem que morreu em confronto manteve mulher presa por 2 meses
Celso foi morto em operação da polícia para resgatar a mulher dele que era mantida em cárcere privado em quarto de pousada
Celso Maldonado de Freitas, 36 anos, que morreu durante troca de tiros em ação da Polícia Civil e Militar de Corumbá, manteve por dois meses a mulher de 30 anos em cárcere privado num quarto de hotel, localizado na região central de Ladário, distante 419 quilômetros de Campo Grande. A operação que acabou com a morte do autor foi desencadeada para resgatar a vítima.
Segundo o delegado Luca Venditto Basso, a informação de que a mulher era mantida em cárcere privado foi repassada pela Polícia Militar, que pediu apoio à Polícia Civil. Depois de algumas horas, a pousada e o número do quarto foram identificados e a ação policial foi deflagrada nas primeiras horas de ontem (6). “Fomos até o local e conseguimos resgatar a vítima, que foi retirada imediatamente do quarto da pousada", explicou o delegado. Armado, Celso disparou em direção aos policiais, que revidaram. O autor foi atingido e morreu ao dar entrada no hospital da cidade.
Ainda conforme Luca, a vítima contou que estava sendo mantida em cárcere privado pelo autor e que sofria agressões psicológicas, físicas e sexuais constantemente. Em depoimento, ela informou que mantinha um relacionamento há aproximadamente um ano com Celso e que nos três primeiros meses, ele apresentou comportamento normal, depois foi ficando violento. No dia 6 de junho, a vítima foi levada pelo autor para a pousada. Desde então era mantida trancada sem ter contato com ninguém.
Ela relatou ainda que era agredida e obrigada a manter relações sexuais com o autor. A mulher apresentava alguns ferimentos pelo corpo provavelmente causadas pelas agressões que sofria. Celso estava hospedado na pousada com nome falso. Ele tinha passagens por roubo, homicídio, estelionato e havia sido condenado a 36 anos de prisão.
Ficha criminal - Em 2013, Celso simulou a compra da fazenda de um ex-deputado estadual, no valor de R$ 4,025 milhões, e foi preso novamente pela Polícia. Nessa época, ele já tinha 36 anos de condenação e quatro mandados de prisão em aberto.
Anterior ao golpe ao ex-deputado, no qual estava prestes a entregar a sua propriedade rural e uma caminhonete avaliada em R$ 120 mil, o golpista cometeu um assassinato e era integrante de uma violenta quadrilha de roubo a caminhonetes em Corumbá. Somente do homicídio, a polícia constatou que ele tinha 19 anos de condenação. No dia 7 de julho deste ano, Celso também era suspeito de roubar o carro de uma advogada de 53 anos. (Com informações do site Diário Corumbaense).