Índios kadiwéu acampam em fazenda de Bonito e cobram demarcação
Grupo de 100 índios da etnia kadiwéu invadiu no último sábado a fazenda Santa Clara, que faz limite com as aldeias Córrego de Ouro e São João, em Porto Murtinho. A comunidade reivindica a devolução da área de 800 hectares, que sempre foi considerada território indígena.
Há cerca de cinco anos proprietários da fazenda conseguiram liminar judicial para continuar com a área, alegando que o marco que delimitava as aldeias estava errado. Eles obtiveram a posse temporária, até que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgue o mérito da questão.
Depois da liminar, peritos de Brasília estiveram na área e reconheceram os marcos como autênticos, porém, até agora não houve julgamento do STF.
Indignados com a demora, os índios entraram na propriedade e dizem que só sairão depois que o Supremo colocar o assunto em pauta.
Distante 65 quilômetros da cidade, a fazenda já havia sido invadida em 2003 e a retirada dos 15 índios acampados em um galpão da propriedade exigiu a intervenção da Polícia.
Na época, os kadiwéu ameaçaram incendiar a sede da fazenda.
Agora, a comunidade também exige a presença da Funai, que segundo os índios não têm contribuído para solução do impasse,
Os proprietários sempre alegaram que as aldeias ficam em Porto Murtinho e a fazenda em Bonito, onde não há registros históricos de existência de aldeia indígena.