Integrantes do PCC são condenados a penas de 20 a 38 anos pelo TJ
Doglas Rubitalti foi morto em 2019 por ser considerado traidor, ao passar informações do PCC para facção de SC
Três integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram condenados a penas de 20 a 32 anos de prisão pela tortura e asfixia de Doglas Gonçalves Rubitalti, morto em março de 2018 durante o “Tribunal do Crime”, em Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande.
Na sentença dada ontem (2), Matheus Maciel Filho, o “Soberano” ou “Sistemático” foi condenado a 20 anos, 6 meses e 23 dias de prisão; Vagner dos Santos, o “Xeque-Mate” ou “Lealdade”, a 32 anos, 10 meses e 28 dias e Alexandro Emiliando da Silva, o “Das Trevas”, a 28 anos e 4 meses e 20 dias de prisão, em regime fechado.
A sentença foi dada pelo juiz Paulo Roberto Cavassa de Almeida, da 1ª Vara Criminal de Naviraí. Os três foram condenados pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe e emboscada), organização criminosa e corrupção de menores.
Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a vítima era integrante do PGC (Primeiro Grupo Catarinense) e, durante o período que esteve no presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, passou a se envolver com integrantes do PCC para se infiltrar na organização e passar informações à facção catarinense.
Já solto, a informação é que Rubitalti estava prestes a ser batizado para ingressar no PCC quando a traição foi descoberta. Foi levado para emboscada, torturado e morto por asfixia. O grupo ainda convocou um adolescente para auxiliar na desova do corpo em terreno baldio.
No total, 11 pessoas foram indiciadas, algumas, pela participação por conferência, direto de presídios e os 3 pela participação direta.
No julgamento realizado ontem em Naviraí, a defesa pediu absolvição dos réus. Matheus Fialho e Vagner da Silva negam participação e Alexsandro por falta de provas.
Os jurados acataram os argumentos da acusação e avaliaram que os três tiveram responsabilidade para morte de Dogas Rubitalti. Os três vão cumprir a pena inicial em regime fechado e ainda podem recorrer da sentença.