Jovem morto em briga por pipa deixou Exército para ficar perto da família
Richard morreu vítima de uma bala na nuca; crime aconteceu após o jovem defender o irmão caçula de agressor
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Sete dias após enterrar o filho Richard Veigas de Oliveira, de apenas 19 anos, tudo que restou para a dona de casa Cléo Suellen Veigas, 40 anos, é tentar seguir em frente após a perda repentina e a esperança de que o assassino do filho seja preso e a justiça seja feita. Richard morreu em Três Lagoas, distante 327 quilômetros de Campo Grande, após ser internado em decorrência de um tiro na nuca. O suspeito pelo crime, Lucas Frazão da Silva, conhecido como “Baianinho”, está foragido desde o dia 25 de junho.
Cléo relata que o filho havia voltado de Campo Grande em janeiro, após servir durante um ano ao Exército. O rapaz tinha planos de levar a esposa e o filho, de oito meses, para a Capital, mas por ser apegado à família optou por ficar no interior para criar o bebê ao lado da avó e da mãe. "Para não ficar longe de mim e da avó dele, ele ficou, nós duas criamos juntas ele".
Com a vida interrompida tão repentinamente, a dona de casa lamenta a morte do filho, o neto que crescerá sem o pai e o buraco deixado na família. De acordo com a mãe, Richard era um rapaz muito próximo da família. O desentendimento com o suspeito do crime, inclusive, teria acontecido porque o autor agrediu o irmão caçula da vítima, que brincava com uma pipa na rua. “Eu estou destruída! Aquele cara não matou meu filho, ele matou a minha família inteira, ele destruiu a minha família. Meu filho era muito querido, muito amado por todos”.
Cléo comentou que o filho participava do "Projeto Patrulha", no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) de Três Lagoas, e recentemente havia adquirido um imóvel para se mudar com a esposa e o filho. "Ele era maravilhoso, ótimo pai, ótimo filho, ótimo irmão", relembra emocionada.
Agora, a dona de casa espera que a justiça seja cumprida e o assassino seja localizado e punido pelo crime que cometeu. A respeito do suspeito, Cléo afirma que, até onde ela sabe, ele e o filho não eram amigos e não possuíam nenhum tipo de convivência.
O que aquele cara fez com o meu filho foi uma covardia. Se ele pode atirar num pai de família, do mesmo jeito que ele atirou no meu filho, pode atirar numa criança. Ele não pode ficar solto, ele tem que ser preso, a justiça tem que ser feita. Eu acredito na justiça de Deus, mas aqui na terra temos que acreditar na justiça da polícia, e que a justiça será feita.
Crime - Conforme investigações da polícia, o desentendimento entre Lucas, o"Baianinho", e Richard começou porque o autor agrediu o irmão mais novo da vítima, que brincava com uma pipa em via pública. A confusão foi na Rua do Rio Paraná.
O agressor se retirou do local e voltou minutos depois acompanhado e armado. O homem que teria fornecido a arma a Lucas foi preso, mas nega participação no assassinato. Ele efetuou um disparo na nuca da vítima. O jovem foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e encaminhado ao Hospital Auxiliadora.
Richard chegou à emergência consciente, mas desorientado. Ele passou por cirurgia intracraniana para estancar uma hemorragia e faleceu após sete dias internado.