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Interior

Justiça nega liberdade ao garagista acusado de chefiar tráfico de drogas

Defesa pediu extensão de benefício a Ednailson Leal, o “Pirambóia”, mas juiz federal negou pedido

Por Helio de Freitas, de Dourados | 28/10/2024 10:19
Carros apreendidos no dia da operação, em agosto deste ano (Foto: Divulgação)
Carros apreendidos no dia da operação, em agosto deste ano (Foto: Divulgação)

A Justiça Federal negou liberdade ao garagista Ednailson Marcos Queiroz Leal, 43, o “Pirambóia”, alvo da Operação Lepidosiren, deflagrada pela Polícia Federal em agosto deste ano para investigar organização de traficantes de drogas baseada na região de Ivinhema.

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O garagista Ednailson Marcos Queiroz Leal, conhecido como “Pirambóia”, permanece preso após a Justiça Federal negar seu pedido de liberdade provisória. Ele é um dos líderes de uma organização de tráfico de drogas investigada pela Operação Lepidosiren, deflagrada em agosto de 2024. “Pirambóia” fugiu durante a operação, mas se entregou à polícia em setembro e está preso desde então. O juiz negou seu pedido de liberdade alegando o risco de reiteração delitiva e fuga, pois ele desempenha um papel fundamental na organização criminosa. O comerciante Luiz Carlos Honório, também investigado na operação, foi libertado sob monitoramento eletrônico, mas “Pirambóia” continua preso, aguardando o andamento do processo.

Dono de loja de veículos seminovos no distrito de Ipezal, “Pirambóia” é apontado como um dos líderes da quadrilha. Ele fugiu no dia da operação, em 8 de agosto, mas se entregou à PF no dia 17 de setembro e segue preso.

Também foram presos no dia da operação a esposa de Ednailson, Maria Eliana Ferreira Leal, e o comerciante Luiz Carlos Honório, 65. Maria Eliana já estava em prisão domiciliar e na semana passada a Justiça também concedeu liberdade provisória ao Luiz Honório.

Após a liberdade do comerciante, a defesa solicitou a extensão da decisão a Ednailson Leal, mas o pedido foi negado pelo juiz Cristiano do Carmo Harasymowicz de Almeida Taguatinga, da Justiça Federal em Ponta Porã, onde as investigações são conduzidas.

“Pontuo distinções fáticas que demonstram o não cabimento do pedido de extensão dos efeitos da decisão que beneficiaram Luiz Carlos Honorário. Ednailson possui papel fundamental na suposta organização criminosa; e na data do cumprimento do mandado de busca e apreensão, o investigado empreendeu fuga, sendo cumprido o mandado de prisão apenas em 17/09/2024. Logo, há risco concreto de reiteração delitiva e fuga”, afirmou o magistrado.

Taguatinga também rejeitou alegação da defesa de que a manutenção da prisão de “Pirambóia” lhe causa constrangimento ilegal, pois ainda não existe sequer denúncia do Ministério Público. “Até o momento não há como se vislumbrar a ocorrência de constrangimento ilegal por excesso de prazo com relação a Ednailson. Há risco concreto de reiteração delitiva e fuga”.

Luiz Carlos Honório, também investigado, está em liberdade provisória (Foto: Reprodução)
Luiz Carlos Honório, também investigado, está em liberdade provisória (Foto: Reprodução)

Solto – Dono de loja de móveis em Ivinhema, Luiz Carlos Honório foi solto no dia 19 deste mês pelo juiz Felipe Bittencourt Potrich, com uso de tornozeleira eletrônica. Investigação sobre carregamento de maconha apreendido em 2021 apontou ligação entre Honório e Ednailson Leal.

Lepidosiren paradoxa é o nome científico da pirambóia, peixe da bacia amazônica com capacidade de respirar fora d’água.

Além de monitoramento eletrônico, Luiz Carlos Honório não pode se mudar de endereço ou telefone sem prévia comunicação ao Juízo; tem de comparecer a todos os atos do processo; não pode ingressar em município que faça fronteira com o Paraguai até o término de eventual ação penal; não poderá sair de seu município de residência sem prévia comunicação e autorização judicial; e não poderá manter contato com os demais investigados.

Investigado também na Operação Defray, deflagrada no dia 15 deste mês como segunda fase da operação de agosto, Luiz Carlos Honório possui histórico de negócios com o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro Barros Donato, 41, reeleito com 81,29% dos votos no dia 6 de outubro de 2024.

A casa onde Juliano mora foi comprada de Luiz Calos Honório, assim como a caminhonete importada Silverado preta, avaliada em R$ 519 mil, apreendida pela PF na operação do dia 15 deste mês.

Oficialmente, Juliano Ferro não é alvo de investigação por tráfico, mas responde a inquérito na Delegacia da PF em Dourados por ocultar a Silverado e uma Dodge RAM na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral.

O advogado João Comiran afirma que a suposta omissão de bens já foi “devidamente esclarecida” perante as autoridades. Segundo ele, alguns dos bens estão registrados em nome da empresa de Juliano Ferro, por isso não foram relacionados na declaração entregue à Justiça Eleitoral.

“Com relação aos fatos recentes, importante registrar que Juliano Ferro não é investigado. A caminhonete apreendida não pertencia mais ao Juliano. Outrossim, é oportuno salientar que o veículo foi adquirido e vendido por meios e recursos lícitos”, afirma a defesa.

Além de “Pirambóia”, também continua atrás das grades Eldo Aquino de Andrade, preso na Operação Defray. As investigações da PF revelaram ligação dele com Ednailson Leal e com Luiz Carlos Honório, mas o inquérito tramita em sigilo.

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