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Interior

Militar morre uma semana após acidente em avenida sem iluminação

Homem de 24 anos caiu da moto em uma rotatória na Avenida Guaicurus; duplicação custou R$ 35 milhões, mas iluminação é precária e caso está na Justiça

Helio de Freitas, de Dourados | 12/05/2017 11:01
Trecho escuro da Avenida Guaicurus; MP pediu para Justiça obrigar prefeitura a fazer manutenção (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)
Trecho escuro da Avenida Guaicurus; MP pediu para Justiça obrigar prefeitura a fazer manutenção (Foto: Helio de Freitas/Arquivo)

A escuridão da Avenida Guaicurus causou mais um acidente fatal em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Uma semana depois de bater de moto em uma rotatória sem iluminação, o militar do Exército Francisco Pereira Colraues, 24, morreu na noite de ontem (11) em um hospital da cidade.

De acordo com o registro policial, na madrugada do dia 4 de maio Francisco seguia pela rodovia em uma Honda Biz quando perdeu o controle e bateu na rotatória perto do quartel do Exército. Com a baida, ele foi arremessado a 30 metros. O rapaz foi socorrido para um hospital particular da cidade, onde morreu na noite de ontem.

Escuridão – Com 12 quilômetros de extensão, a Avenida Guaicurus liga a área central de Dourados à cidade universitária, onde funcionam às unidades da UFGD e da Uems, ao aeroporto, ao quartel do Exército e a várias empresas e propriedades rurais. Com os cursos universitários, a rodovia tem movimento intenso de ônibus, carros e motos durante a noite.

Com gasto de R$ 35 milhões, a avenida foi duplicada pelo governo do Estado e a obra concluída no ano passado. Entretanto, a iluminação é precária em vários trechos, como o Campo Grande News mostrou em janeiro deste ano.

No ano passado, o governo do Estado informou que a responsabilidade pela manutenção era da prefeitura, já que a Guaicurus fica no perímetro urbano de Dourados. Entretanto, a prefeitura se recusou a assumir o serviço e o caso foi parar na Justiça.

Em agosto do ano passado, o MPE (Ministério Público Estadual) entrou com ação civil pública para obrigar a prefeitura a assumir o serviço.

No entendimento do MP, o trecho duplicado fica no perímetro urbano e a prefeitura pode garantir a manutenção com recursos oriundos da Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública). No entanto, o município entrou com recurso e o caso aguarda decisão do Judiciário.

Em março, a presidente da Câmara de Vereadores, Daniela Hall (PSD), cobrou solução da prefeitura e do governo do Estado, mas o problema persiste. “São mais de 10 mil veículos que passam pela avenida diariamente. A maioria deles é no período noturno. A iluminação é urgente para evitar mais acidentes nessa avenida, que já foi chamada de rodovia da morte”.

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