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Interior

Ministro de Temer comandou Exército em MS e criticou Comissão da Verdade

General Sérgio Etchegoyen, que assumiu o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, se irritou com a inclusão do pai no relatório sobre crimes durante o regime militar

Helio de Freitas, de Dourados | 13/05/2016 14:26
General Sérgio Etchegoyen comandou 4ª Brigada do Exército em Dourados de 2005 a 2007 (Foto: Divulgação)
General Sérgio Etchegoyen comandou 4ª Brigada do Exército em Dourados de 2005 a 2007 (Foto: Divulgação)
“Linha dura”, Etchegoyen é crítico da Comissão da verdade (Foto: Divulgação)
“Linha dura”, Etchegoyen é crítico da Comissão da verdade (Foto: Divulgação)

O general Sérgio Westphalen Etchegoyen, 64, anunciado ontem (12) pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB) como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, já trabalhou em Mato Grosso do Sul.

Atualmente chefe do Estado-Maior do Exército, Etchegoyen comandou a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada do Exército em Dourados, de 2005 a 2007.

Etchegoyen assumiu o comando da Brigada Gaicurus no dia 7 de janeiro de 2005, sucedendo o general Odilson Sampaio Benzi.

No dia 11 de janeiro de 2007, ele deixou o comando da Brigada e assumiu a Eceme (Escola de Comando e Estado Maior do Exército), no Rio de Janeiro, voltada à formação de doutorado em ciências militares.

Considerado “linha dura”, Etchegoyen nasceu em Cruz Alta (RS) e ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras em 1º de março de 1971.

Após deixar o comando da escola do Exército, o general assumiu a 3ª Divisão de Exército – Divisão Encouraçada, em Santa Maria (RS), onde investigou denúncia de abuso sexual praticado por quatro soldados contra um colega, de 19 anos, dentro do quartel de Santa Maria.

Comissão da Verdade – Há dois anos, Sérgio Etchegoyen foi o primeiro oficial de alta patente a criticar o relatório Comissão Nacional da Verdade, criada pela presidente afastada Dilma Rousseff (PT) para investigar os crimes cometidos pelos militares durante a ditadura.

O pai dele, o general Leo Guedes Etchegoyen, morto em 2003, foi incluído na lista de 377 agentes do Estado apontados como responsáveis por crimes durante o regime militar. O agora ministro de Temer chamou as conclusões da comissão de “Levianas”.

Segundo a Comissão da Verdade, em 1980, quando Leo era chefe do Estado Maior do II Exército, seu comando esteve vinculado ao planejamento da prisão coletiva de sindicalistas e lideranças dos metalúrgicos da região metropolitana de São Paulo, bem como do sequestro de integrantes de organizações de direitos humanos que prestavam solidariedade a esses trabalhadores.

Ainda conforme a comissão, entre os presos na época estavam os advogados José Carlos Dias e Dalmo Dallari – os dois da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. “Prisões efetuadas com violência, sem mandado de prisão e sem a devida comunicação às suas famílias”, afirmou a comissão, em 2014, em resposta aos familiares de Etchegoyen.

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