Famílias de casas interditadas em Corumbá devem ser removidas emergencialmente
A defesa Civil já interditou 13 residências e hoje irá percorrer os bairros para emitir novo parecer sobre o grau de risco dos locais
Durante toda à tarde de hoje as equipes da Defesa Civil irão percorrer os bairros de Corumbá para reavaliar as condições das moradias após a forte chuva de ontem e, então, emitir nova avaliação sobre as casas que precisam ser interditadas.
“Vamos retornar as casas hoje para reavaliar o grau de risco dos locais - baixo, médio, alto e muito alto – e saber se serão necessárias novas interdições e remoções para, então, passar à prefeitura. Temos ao menos 500 moradias que apresentam algum índice de risco”, explica o comandante da Defesa Civil, Tenente Isaque do Nascimento.
Ainda de acordo com o comandante, quando é constatado o risco muito alto na residência significa que tem de haver uma intervenção do poder público para remoção das famílias.
Quatro imóveis tiveram de ser interditadas pelo órgão após a chuva forte de ontem e, de acordo com o Tenente Isaque, outras nove já receberam a mesma determinação desde o início de 2011.
Destas, seis famílias já teriam sido removidas dos locais e estão morando em casas de parentes ou amigos.
Toda a área de encosta do município oferece pontos de risco e ao menos seis zonas de desmoronamento foram detectadas. O bairro mais afetado com desmoronamentos e interdições é o Cervejaria, na periferia da cidade.
"Décadas após décadas as pessoas foram ocupando esses locais, fazendo suas intervenções humanas para ocupar as moradias e com as chuvas intensas começaram a aparecer os primeros sinais de perigo, como os pequenos desmoranamentos", explica o comandante.
Alojamento – As famílias que tiverem suas casas interditadas serão alojadas nas residências do projeto “Casa Nova”, que ainda não estão totalmente prontas. As cerca de 800 moradias aguardam a instalação da rede de água e esgoto.
Como medida excepcional, a Seinfra (Secretaria de Infraestrutura) vai construir fossas sépticas nessas casas. Sobre o abastecimento de água, a prefeitura garantiu que irá fazer o fornecimento às residências.
A prioridade para o alojamento emergencial será das famílias que não tem para onde ir e estão vivendo em situações de extremo risco.
Projeto – Durante reunião na manhã de hoje, foi levantada a necessidade de construção de duas bacias de contenção para reter, principalmente, as chuvas da parte alta da cidade, que atingem os bairros de encostas.
De acordo com o site Diário Online, uma bacia de contenção deve ser construída na zona Sul de Corumbá - entre bairro Nova Corumbá e Guatós – e seria responsável pela retenção momentânea das águas pluviais para posterior lançamento nas galerias do Cristo Redentor, garantindo o escoamento e vazão.
A obra evitaria que as águas se espalhassem pelas ruas da cidade em busca de um caminho natural até o rio Paraguai.
Já a segunda bacia receberia as águas das chuvas das regiões do Guarani, Jardim dos Estados, Popular Nova e Aeroporto.
A previsão é que sejam necessários mais de R$ 70 milhões para a intervenção. A prefeitura diz que já tem R$ 30 milhões captados, sendo R$ 18,5 milhões já realizados e outros R$ 11,5 milhões com previsão de conclusão até o fim deste ano.
Caso o dinheiro não seja liberado pelo Governo Federal, o prefeitura informou que só irá realizar as obras necessárias conforme a gravidade. “Para tudo existe um custo, primeiramente será feito uma bacia de contenção na parte sul, dentro da disponibilidade financeira do município”, disse o prefeito Ruiter Cunha.
Amanhã, em Brasília o senador Delcídio do Amaral (PT/MS), acompanhado do deputado estadual Paulo Duarte, tem audiências agendadas nos ministérios das Cidades e Integração Nacional em busca dos recursos para a realização das obras.
“Marquei audiências nos dois ministérios para pedir recursos que permitirão concluir os serviços de drenagem em praticamente toda a área urbana. Se for preciso, vamos até a Casa Civil da Presidência da República”, assegura o senador, que também estará em Corumbá na quinta-feira (3) para vistoriar as áreas atingidas.