Moradores fecham rodovia em protesto após morte de jovem e pedem por radar
Edilaine Lescano morreu na tarde de quarta-feira após ser atropelada por uma caminhonete
RESUMO
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Moradores de Bandeirantes realizaram um protesto pacífico na BR-163, exigindo a reinstalação de radares na rodovia, após uma série de acidentes, incluindo a morte de uma jovem de 20 anos. O protesto, que contou com cerca de 200 participantes, foi motivado pela crescente insegurança na via, que atravessa a cidade. A população já havia solicitado anteriormente a colocação dos radares, que foram removidos há um ano, resultando em um aumento significativo de acidentes. Durante o ato, os manifestantes fecharam a rodovia por 15 minutos, clamando por medidas de segurança e sinalização adequada, enquanto as autoridades locais e a concessionária responsável pela rodovia ainda não haviam dado uma resposta definitiva sobre a reinstalação dos equipamentos.
Moradores do município de Bandeirantes, distante 70 quilômetros de Campo Grande, realizaram, na manhã deste sábado (9), protesto pacífico para serem recolocados radares na BR-163, rodovia que corta a cidade e tem sido palco de graves acidentes, inclusive com mortes.
O caso mais recente aconteceu no início da tarde da última quarta-feira (6), quando a jovem Edilaine Cristina Lescano, de 20 anos, foi atropelada por uma caminhonete Chevrolet TrailBlazer, em alta velocidade.
Devido à gravidade dos ferimentos, Edilaine morreu na hora. Por conta do caso, a população, cansada de presenciar acidentes todas as semanas, decidiu realizar um protesto neste sábado.
Com cartazes escritos “queremos segurança”, “sinalização já” e “BR-163: rodovia da morte”, aproximadamente 200 moradores fecharam as pistas nos dois sentidos, por 15 minutos, para chamar atenção das autoridades.
Ao Campo Grande News, o empresário e morador de Bandeirantes, Marinho Serpa, contou que não conhecia a jovem vítima do acidente, mas que não podia deixar de participar do ato, pois isso afeta a vida de todos que vivem na região.
“A cidade é cortada pela BR-163. É tráfego de gente o tempo inteiro, seja de crianças, idosos, enfim, todo mundo. A gente já vinha cobrando há muito tempo, inclusive as autoridades municipais quanto à colocação dos radares para a CCR MS Via ou a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), mas não houve solução”, disse.
Durante o protesto, que é pacífico, Marinho contou que as pessoas decidiram fechar a rodovia, após acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que acompanhava a situação.
“É o início de um movimento que atinge, também, outras cidades de Mato Grosso do Sul que são cortadas pela rodovia. Todo mundo foi prejudicado. Os radares foram retirados e os acidentes começaram a acontecer muito”, relatou.
Outro protesto – No dia 19 de setembro, moradores de Jaraguari foram impedidos de realizar um protesto às margens da rodovia, que cobrava as mesmas coisas: a volta dos radares na pista.
À época, a CCR MS Via, concessionária que administra a BR-163, afirmou que as tratativas para a reinstalação dos equipamentos ainda estão acontecendo.
“As tratativas para reimplantação desses dispositivos seguem em andamento junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres. Importante destacar que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) segue com as ações de fiscalização de velocidade na rodovia, com a utilização de radares portáteis”, disse em nota.
Desta vez, a empresa foi procurada novamente, assim como a ANTT, mas não houve retorno até a publicação da matéria. O espaço segue aberto.
Acidente – O delegado Jarley Inácio de Souza contou que o motorista, um idoso de 74 anos, conduzia uma Chevrolet Blazer e seguia do Paraná para o Mato Grosso. O condutor do carro atingiu Edilaine enquanto a jovem estava atravessando a rodovia.
Com o impacto da colisão, Edilaine foi arremessada cerca de 12 metros do local onde a batida aconteceu. Uma ambulância da CCR MS Via esteve no local para prestar atendimento à jovem, mas a vítima não resistiu aos ferimentos.
O condutor do veículo aguardou no local e foi submetido ao teste do bafômetro, sendo o resultado negativo. “[O motorista] será indiciado por homicídio culposo, conforme artigo 302 do CTB, mas nestes casos não se impõe prisão em flagrante por força do artigo 301 do mesmo dispositivo legal”, explicou o delegado.
Conforme o delegado, o local onde ocorreu o acidente possuía radares, mas foram retirados há cerca de um ano. Desde então, houve o aumento de acidentes na região. “Acredito que estava bem acima da velocidade permitida para via, o que poderá ser confirmado com a perícia. Após a retirada dos radares neste local, têm ocorrido vários acidentes, inclusive com outra morte recente”, relatou Jarley.
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