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Interior

MST/MS articula e dirigentes entregam carta à presidenta Dilma Rousseff

Vania Galceran | 16/12/2014 21:38

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Mato Grosso do Sul (MST/MS), articulado com movimentos sociais, sindicais e indígenas do Estado, repassaram aos dirigentes do MST Nacional uma carta relatando a situação dos conflitos de terra referentes à questão indígena em Mato Grosso do Sul.

O documento foi repassado à presidenta, Dilma Rousseff, na tarde de segunda-feira (15), quando representantes nacionais do Movimento participaram de uma audiência com ela para apresentar as principais pautas de luta do MST para o novo governo.

De acordo com a dirigente nacional do MST/MS, Marina Ricardo Nunes, a intenção é que a presidenta tome providências emergenciais em relação às ocupações indígenas do Estado, antes que uma guerra se instaure e mais sangue inocente seja derramado. “O sangue dos nossos irmãos indígenas está escorrendo nas terras de seus ancestrais há anos, assassinados por uma guerra que não tem fim, onde os capangas do latifúndio com suas armas de fogo sempre levam vantagem e os poderes constituídos nada fazem para resolver a situação. A maioria dos processos de demarcação estão engavetados e nada se encaminha. Clamamos por justiça e ação”, disse.

Marina disse ainda que a carta entregue a Dilma Rousseff denúncia principalmente à situação que estão vivendo os indígenas de Caarapó, que estão ocupando a área tekoha Tey'i Jusu, na margem da Reserva Tey'ikue e estão cercados por capangas armados, que acampam ao lado da ocupação. Recentemente lideranças indígenas foram alvos de tiros de arma de fogo e uma indígena, Julia, de 32 anos, desapareceu do local, a denúncia dos indígenas foi de que seu corpo teria sido arrastado por uma caminhonete.

Além, do relato entregue a presidenta, o MST/MS vem realizando várias ações em prol da Demarcação de Terras Indígenas e pela Reforma Agrária Popular no Estado. Na segunda-feira (15), a rodovia BR-262, no trecho que liga o município de Terenos a capital Campo Grande, amanheceu totalmente paralisada, foram cinco horas de protesto e mais de oito quilômetros de congestionamento.

Segundo Dinho Lopes, membro da Direção Estadual do Movimento, que acompanhou a ação em Terenos, o MST/MS não é apenas solidário a luta pelo reconhecimento do território indígena, como irá batalhar lado a lado para que a justiça seja feita. “Há anos assistimos o assassinato de indígenas, assim como muito dos nossos que tombaram na luta por terra e justiça social. Tudo isso por omissão dos poderes constituídos, responsáveis por agir concretamente na Demarcação e na Reforma Agrária, por isso estamos realizando essa ação hoje e realizaremos quantas mais forem necessárias, para chamarmos a atenção dos que precisam resolver essa situação alarmante”, afirma.

Nesta quarta-feira (17) lideranças políticas de MS, dos movimentos sociais e sindicais estarão em Brasília, em reunião com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para entregar o mesmo relato e exigir uma ação da União.

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