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Interior

Outra ambulância é atacada a tiros em área de guerra do tráfico

Polícia suspeita que pistoleiros estavam atrás da única sobrevivente do ataque de sábado

Helio de Freitas, de Dourados | 16/03/2022 08:56
Ambulância em frente à sede da Polícia Nacional após ser atacada a tiros. (Foto: ABC Color)
Ambulância em frente à sede da Polícia Nacional após ser atacada a tiros. (Foto: ABC Color)

Outra ambulância foi atacada a tiros na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul na noite desta terça-feira (15). O ataque ocorreu na mesma rodovia onde, no sábado (12), dois homens armados mataram Victoriano Ortellado Villalba, 54, e a mulher dele, Telma Rosa Bernal, 56.

Mirna Aniana Ortellado, 46, ficou ferida. A polícia paraguaia suspeita que o alvo de ontem à noite seria Mirna, a única sobrevivente do atentado de sábado.

Ela está internada na capital Asunción e os matadores de aluguel acreditavam que a mulher estivessem sendo trazida na ambulância, pertencente ao Hospital de Curuguaty, cidade localizada a 80 km de Paranhos (MS), no Departamento de Canindeyú.

Segundo a ocorrência registrada na Polícia Nacional, a ambulância tinha levado paciente pediátrico para Asunción e voltava para Curuguaty pela Ruta PY03. Por volta de 20h30 de ontem, na região de Yasy Cañy, dois homens em uma moto fizeram sinal para o motorista parar.

Nelson Lezcano, o condutor da ambulância, não obedeceu à ordem e continuou a viagem, mas foi perseguido pela dupla de moto e por ocupantes de um carro marca Toyota.

Durante a perseguição, os pistoleiros atiraram na ambulância e pelo menos cinco disparos atingiram o veículo oficial do Ministério da Saúde do Paraguai. Lezcano continuou a fuga até chegar à sede da Polícia Nacional de Yasy Cañy, onde a ocorrência foi registrada. Apesar do susto, o motorista não ficou ferido.

Mortes – Na tarde de sábado, dois pistoleiros de moto atacaram outra ambulância na mesma rodovia e mataram Victoriano Ortellado Villalba. Telma Bernal ficou ferida na cabeça e morreu horas depois. O homem estava sendo levado para Asunción por ter sofrido atentado a tiros, dois dias antes, em Itanará, outro povoado da região.

A execução de Victoriano e Telma teria sido ordenada pelo narcotraficante e pistoleiro Adelio Adalberto Gómez Benítez, 31, que cumpre 33 anos de prisão na Penitenciária Regional de Ciudad del Este. O motivo teria sido desacerto do tráfico.

Ontem, a Polícia Nacional prendeu quatro pessoas envolvidas nas execuções. Entre os presos, estão o irmão de Adelio, Ariel Casco Benítez, e Ariel Duarte Armoa, 26, suposto autor dos tiros contra Victoriano.

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