Pai e filha foram queimados vivos, confessa garoto envolvido no crime
Passados 13 dias do crime, a Polícia apreendeu um adolescente de 15 anos envolvido no assassinado do pecuarista Oscar Serrou Camy, de 78 anos, e de sua filha Marta Serrou Camy, de 44 anos, ocorrido no dia 2 deste mês na fazenda Araras, em Pedro Gomes, cidade distante 309 quilômetros de Campo Grande.
A Polícia ainda procura mais dois rapazes identificados pelos nomes de Carlos e Robson apontado pelo adolescente como sendo os autores do duplo homicídio.
O delegado responsável pela investigação, Amylcar Eduardo Romero, apresentou detalhes do depoimento do garoto acerca do crime.
O adolescente relatou que conheceu Robson e Carlos há mais de dois anos. Um dia antes do crime, a dupla foi até o assentamento onde o adolescente morava. No local, eles ficaram sabendo por meio de um homem, que seria líder do assentamento, de que Oscar estava precisando de funcionários para extração de madeira.
O líder ligou para o pecuarista informando que tinha duas pessoas para trabalhar em sua propriedade. Com isso, Oscar foi até o assentamento, na companhia da filha, para buscar a dupla, que seguiu para a fazenda e trabalhou até às 18 horas do dia primeiro deste mês.
No domingo, dia do crime, Carlos e Robson convidaram o adolescente para ir até a fazenda tomar tereré, porém, segundo o garoto, somente no caminho os comparsas revelaram que a intenção era assaltar pai e filha.
Na fazenda, os três foram recebidos pelas vítimas. Conforme o adolescente, depois de serem servidos com tereré na casa da família, Robson foi até os fundos e pegou uma barra de ferro, pedindo para o adolescente se afastar, pois iriam matar o “velho”.
Oscar ouviu a conversa e se trancou num quarto, enquanto Marta correu para os fundos da residência. Carlos ficou batendo na porta para arrombar e Robson ficou segurando a mulher.
Ao conseguir entrar no quarto, Carlos derrubou Oscar no chão e pediu que o adolescente chutasse, sempre exigindo dinheiro.
Diante da negativa do pecuarista sobre o dinheiro, Carlos desferiu um golpe na cabeça dele, causando um ferimento. Desesperada, do lado de fora da casa, Marta implorava que não matassem seu pai. Em seguida, o adolescente e Carlos começaram revirar a casa em busca de dinheiro.
Segundo o adolescente, a mulher foi levada para dentro da casa e foi agredida e estuprada por Carlos e Robson, que em seguida chamaram o adolescente para participar da tortura. De acordo com o adolescente, ele também estuprou a vítima, que estava com um pano na boca para não gritar.
Depois do adolescente, Carlos e Robson voltaram a estuprar Marta, até que Robson fez com que ela desmaiasse.
A mulher foi levada para o quarto onde estava o pai. Lá, colocaram um colchão em cima de pai e filha, que estavam vivos, jogaram álcool e atearam fogo, relatou na delegacia o adolescente.
Enquanto as vítimas eram queimadas, os três bandidos continuaram vasculhando a residência. Eles encontraram R$ 930,00 e um revólver de calibre 38 com quatro munições intactas e uma deflagrada.
Além do dinheiro e da arma, o trio levou uma bicicleta e algumas roupas das vítimas.
O adolescente informou que o carro da família não foi levado porque nenhum dos três sabia dirigir. Eles também não pegaram os celulares por medo de serem rastreados.
Conforme o adolescente, os três deixaram a fazenda a pé, empurrando a bicicleta, e num determinado ponto, antes da fazenda Bananal, Carlos e Robson tomaram rumo ignorado, sendo que o adolescente foi para o assentamento Recreio, que fica no entroncamento das rodovias MS-215 e BR-163.
Depois de almoçar, o adolescente até às 16 horas e voltou a encontrar os comparsas, ficando os três juntos no local. Porém, no meio da semana Carlos e Robson fugiram para a região de Sonora, pois estavam com medo de ser pegos pela Polícia.
Com base nas características da dupla informada pelo adolescente, a Polícia vai produzir retratos falados na tentativa de localizá-la. O adolescente informou que Carlos é baixo, magro e moreno, possui duas tatuagens da panturrilha da perna direita, numa delas está escrito “Deus nunca faltarás” e a outra é uma folha de maconha. Nas costas de Carlos está tatuado um palhaço e nas costelas a foto de sua mãe, totalizando quatro desenhos no corpo.
Já Robson é alto, magro e moreno e tem duas tatuagens. No braço direito tem desenhos de chamas de fogo e no pulso do braço esquerdo de uma cobra. O adolescente confessou que a barra de ferro usada foi levada para o assentamento e transformada em estaca.
O delegado pediu a internação do garoto, que foi deferida pela Justiça. (Com informações do site Edição MS)