Para assinar contrato, prefeitura quer receber R$ 2,3 milhões de hospital
Após crise que deixou pacientes sem atendimento na semana passada, pactuação será discutida em reunião na terça-feira
A crise entre a prefeitura de Dourados e o HU (Hospital Universitário) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) está longe de acabar. Após o hospital suspender e retomar, cinco dias depois, internações de adultos e cirurgias eletivas alegando atraso no repasse de R$ 2,2 milhões, agora é a prefeitura que afirma ter dinheiro para receber da unidade.
Na reunião marcada para terça-feira (20), no MPF (Ministério Público Federal), a prefeitura anunciou que vai colocar como condição para a assinatura de um novo contrato de pactuação com o hospital o pagamento dos débitos do HU com o município.
O secretário de Saúde, Renato Vidigal, não citou valores, mas na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira (12), o presidente da Comissão de Saúde do legislativo, Pedro Pepa (DEM), afirmou que o Hospital Universitário deve mais de R$ 2,3 milhões em encargos previdenciários. “Isso é apropriação indébita”, discursou o vereador.
Pedro Pepa disse que não se justificava a ameaça por parte do HU, já que, segundo ele, o hospital recebe em dia as parcelas do FNS (Fundo Nacional de Saúde). A parte do município corresponde a 3%, o Estado arca com 17% e cabe à União os 80% restantes.
Na terça-feira (13), HU informou, através da assessoria de imprensa, que recebeu R$ 633 mil dos atrasados, suficientes para restabelecer os atendimentos após negar internação de 18 pacientes adultos e cancelar oito cirurgias eletivas.
“Do total de R$ 2.295.727,72 em atraso, uma parcela de R$ 470.198,69 foi depositada pela SEMS na sexta-feira (9) e liberada nesta terça-feira (13). Outra parcela municipal, de R$ 163.812,13, foi depositada na segunda-feira (12), com previsão de liberação na quarta-feira (14)”, informou o HU.