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Interior

Para PF, é hora de aproveitar prisão de Minotauro e reforçar segurança

Cleo Mazzoti prevê crime sem comando na fronteira com a prisão de narcotraficante e diz que é preciso a descapitalizar quadrilhas

Bruna Kaspary e Helio de Freitas, de Dourados | 06/02/2019 08:20
Delegado Cleo Mazzoti assumiu Superintendência da PF em MS em janeiro (Foto: Kisie Ainoã)
Delegado Cleo Mazzoti assumiu Superintendência da PF em MS em janeiro (Foto: Kisie Ainoã)

O novo superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, delegado Cleo Mazzoti, avalia ser a hora de reforçar o policiamento na fronteira do Brasil com o Paraguai para dificultar o surgimento de outra liderança do crime, como ocorreu com o narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro.

Antes de ser preso pela PF segunda-feira (4) em Balneário Camboriú (SC), Minotauro declarou guerra aos concorrentes em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para assumir a lacuna deixada com a morte de Jorge Rafaat Toumani, em junho de 2016, a extradição de Jarvis Gimenes Pavão para o Brasil e a prisão de Elton Leonel Rumich, o Galã, há um ano, na praia de Ipanema, no Rio.

Em entrevista nesta quarta-feira (6) à TV Morena, Mazzoti afirmou que a população vai perceber aumento do policiamento na fronteira por causa da prisão de Minotauro, para evitar o que ocorreu após a morte de Rafaat.

A declaração do superintendente contraria a previsão feita ontem (5) pelo ministro chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, Arnaldo Giuzzio.

Segundo ele, apesar da importância da prisão de Minotauro, “destruir cabeças” não significa acabar com o crime organizado. “Se fosse assim o narcotráfico teria acabado na Colômbia com a morte de Pablo Escobar. Mas isso gerou uma série de novas cabeças de facções criminosas”.

Consórcio – Cleo Mazzoti comentou também sobre os grandes carregamentos de drogas apreendidos em Mato Grosso do Sul e diz que esse volume ocorre por causa dos consórcios firmados entre traficantes de facções, para baratear a remessa de cocaína e maconha.

Para o superintendente, a prisão de Minotauro e as grandes apreensões de drogas ajudam a enfraquecer e descapitalizar as facções instaladas na Linha Internacional.

Mazzoti comentou a prisão de Minotauro e confirmou, como o Campo Grande News havia revelado na segunda-feira, que policiais federais de Mato Grosso do Sul participaram da prisão do bandido no litoral catarinense.

Segundo ele, com as ações extremamente agressivas de Minotauro na fronteira, a PF entrou em contato com a polícia paraguaia e as forças de segurança de Mato Grosso do Sul e conseguiu localizá-lo em um condomínio de luxo em Balneário Camboriú.

Cleo Mazzoti disse que uma equipe do estado foi mandada para Santa Catarina e, com apoio de agentes daquele estado, montou tocaia para acompanhar Minotauro, preso na tarde de segunda, quando participava de uma festa no apartamento.

Segundo o delegado, Minotauro ainda está preso em Santa Catarina e será encaminhado ao Depen (Departamento Penitenciário Federal), que ficará responsável por definir para qual presídio federal o traficante será mandado. Mazzoti diz não acreditar que o bandido venha para o Presídio Federal de Campo Grande.

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