Novo chefe do crime na fronteira, Minotauro é preso no litoral de SC
Narcotraficante aliado do PCC é acusado de declarar guerra ao clã de Jarvis Pavão e de mandar matar policial em Ponta Porã
O narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, 32 anos, o “Minotauro”, apontado pela imprensa paraguaia como o novo capo na Linha Internacional do Paraguai com o Mato Grosso do Sul, foi preso nesta segunda-feira (4) em Balneário Camboriú, no litoral catarinense.
Ele foi localizado por agentes da Polícia Federal brasileira no Marina Beach Towers, um condomínio de luxo no centro da cidade litorânea, onde o preço médio do apartamento de três quartos é de R$ 3,2 milhões.
Apontado como o mandante de uma série de assassinatos em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, principalmente, de pessoas ligadas ao também narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, o paulista radicado na fronteira foi preso pela Polícia Federal em uma das cidades mais badaladas do litoral sul.
Entre os crimes atribuídos a Minotauro está o assassinato do policial civil Wescley Dias Vasconcelos, 37, ocorrido no dia 6 de março do ano passado em Ponta Porã. Ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), Quintiliano está foragido da justiça de São Paulo desde agosto de 2012.
Até o ano passado, ele morava tranquilamente em Pedro Juan Caballero, usando identidade paraguaia falsa em nome Celso Matos Espíndola, 35. Antes, foi chefe do tráfico de drogas em Bauru (SP), cidade de 372 mil habitantes localizada a 326 km da capital paulista.
Durante os ataques do PCC em São Paulo em 2006, Minotauro chegou a ser detido com duas metralhadoras e um fuzil, em Panorama, cidade perto da divisa com Mato Grosso do Sul. Condenado por formação de quadrilha, cumpriu três anos de pena e em 2009 ganhou liberdade e entrou para o tráfico.
Nos últimos meses, ele declarou guerra a Jarvis Pavão, matando pessoas ligadas ao traficante, atualmente preso em Mossoró (RN).
Entre os aliados de Pavão que teriam sido executados a mando de Minotauro estão a advogada Laura Casuso e o ex-candidato a prefeito e empresário Francisco Gimenez.
Pavão também morou em Balneário Camboriú antes de se refugiar no Paraguai, onde foi preso em 2009. Era da cidade litorânea que ele trazia carregamentos de cocaína da Bolívia e mandava para várias cidades brasileiras e para o exterior.