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Interior

Morto em casa, tio de narcotraficante estava em prisão domiciliar

Em dezembro, Chico Gimenez tinha sido preso pela Polícia Federal com outras dez pessoas em sua casa, em Ponta Porã

Helio de Freitas, de Dourados | 17/01/2019 08:02
Chico Gimenez foi candidato a prefeito de Ponta Porã em 2016 (Foto: Cone Sul News)
Chico Gimenez foi candidato a prefeito de Ponta Porã em 2016 (Foto: Cone Sul News)

Executado por pistoleiros na madrugada desta quinta-feira (17) em sua casa em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, o empresário Chico Gimenez, 60, estava em prisão domiciliar após ser flagrado com um arsenal pela Polícia Federal, em dezembro do ano passado.

Ex-vereador e candidato a prefeito nas eleições de 2016, Gimenez era tio do narcotraficante Jarvis Gimenes Pavão, um dos maiores fornecedores de drogas através do Paraguai para o Brasil. Após cumprir oito anos de prisão no Paraguai, ele está há 13 meses no Presídio Federal de Mossoró (RN).

No dia 7 do mês passado, Chico Gimenez e outras nove pessoas foram flagradas pela PF na casa dele, na Avenida Calógeras, área central de Ponta Porã – mesmo local onde ele foi morto hoje. O grupo estava de posse de várias armas, algumas de uso restrito.

Na época, policiais da fronteira afirmaram que Chico Gimenez preparava um ataque ao traficante brasileiro Sérgio Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”.

Três dias antes, um sobrinho de Gimenez, Pedro Gimenez da Luz, o Pedrinho, havia escapado ileso de um atentado a tiros de fuzil no centro de Pedro Juan Caballero. O ataque teria sido ordenado por Minotauro.

Outras pessoas ligadas a Pavão e familiares do narcotraficante estariam na lista para serem mortas, assim como várias outras executadas desde que Jarvis foi extraditado, em dezembro de 2017. Minotauro tenta assumir sozinho o controle do tráfico de drogas e de armas na fronteira.

Prisão domiciliar – Duas semanas após a prisão, a defesa de Chico Gimenez conseguiu transformar a prisão preventiva em prisão domiciliar. Ele recebeu uma tornozeleira eletrônica e aguardava a conclusão do processo em liberdade.

Para conseguir a prisão domiciliar, os advogados alegaram que Chico Gimenez tinha doença grave, fazia uso de “medicamentos específicos" e tinha necessidade de "acompanhamento médico periódico”. Os outros presos com ele estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

A investigação da PF que levou à prisão de Chico Gimenez teve início após denúncia anônima informando que haveria uma reunião na casa dele com membros de uma organização criminosa.

Além do empresário, foram presos o sobrinho de Pavão Jonathan Gimenez Grance, Carlito Gonçalves Miranda, Marcelo Jarcem de Oliveira, Eudes Antonio Goncalves Araújo, Ronny Ayala Benitez, Hector Gustavo Farina Argana, Cícero Novais da Silva e os paraguaios Alan Baez Gonzalez, Riky Javier Baez Gonzalez e Rosalino Baez.

Durante buscas na residência, os policiais encontraram seis pistolas Glock de uso restrito, um revólver calibre 38, 16 carregadores de pistola, 400 munições de diversos calibres, 27 celulares, oito carros, sendo quatro deles blindados, além de US$ 54.700 dólares em dinheiro.

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