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Interior

Arsenal seria entregue ao clã de Pavão para vingar morte de Chico Gimenez

Polícia paraguaia afirma que fuzis, pistolas e munições seriam usados em outro banho de sangue na fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 21/01/2019 16:02
Os dois paraguaios presos ao lado de policial; na mesa o arsenal apreendido em Pedro Juan Caballero (Foto: ABC Color)
Os dois paraguaios presos ao lado de policial; na mesa o arsenal apreendido em Pedro Juan Caballero (Foto: ABC Color)

O arsenal apreendido na noite de sábado (21) na fronteira seria entregue para o clã do narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão para um ataque a outro bandido brasileiro, Sergio Quintiliano de Arruda Neto, o Minotauro.

Os seis fuzis calibre 7.62, dois fuzis 5.56, as três pistolas 9 milímetros e os 854 cartuchos de vários calibres foram apreendidos em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Segundo policiais do país vizinho, os paraguaios Adán Esmeraldo Jara Gauto, 32, e Balderi Antonio Martins, 30, que estavam com o armamento escondido sobre o motor de uma caminhonete Nissan Frontier entregariam as armas e munições para comparsas de Pavão que ainda tentam impedir Minotauro de controlar sozinho o tráfico de drogas na fronteira.

Adán e Balderi contaram aos policiais paraguaios que trabalham para o grupo de Jonathan Gimenez Grance, 37, o “Cabeça”, sobrinho de Jarvis Pavão. Após cumprir condenação de oito anos no Paraguai, Pavão foi extraditado em dezembro de 2017 para o Presídio Federal de Mossoró (RN).

Ainda segundo policiais paraguaios, o grupo de Jonathan estaria se armando para atacar a quadrilha de Minotauro e vingar o assassinato do tio dele, o ex-vereador e ex-candidato a prefeito de Ponta Porã Francisco Novaes Gimenez, o Chico Gimenez.

Na madrugada do dia 17, vários homens armados invadiram a casa de Chico no centro de Ponta Porã e o mataram com três tiros de fuzil.

Pelo menos 190 tiros foram disparados pelos bandidos que estavam em sete carros – quatro deles encontrados queimados na margem da BR-463, perto do distrito de Sanga Puitã.

Jonathan Gimenez Grance foi preso pela Polícia Federal junto com Chico Gimenez e outras dez pessoas no dia 7 de dezembro, na casa do ex-vereador. O grupo estava com seis pistolas, um revólver, 400 munições, 27 celulares, oito carros, sendo quatro blindados, e 54.700 dólares em dinheiro.

Segundo a polícia, o grupo então liderado por Chico Gimenez preparava um ataque a Minotauro, que mantém esconderijo em Pedro Juan Caballero e Bella Vista, cidade paraguaia vizinha de Bela Vista (MS).

Dias antes, o irmão de Jonathan e também sobrinho de Chico Gimenez, Pedro Gimenez da Luz, o Pedrinho, tinha escapado de um atentado a tiros no centro de Pedro Juan Caballero. Ele e seus três seguranças foram salvos pela blindagem da caminhonete F150 que ocupavam.

Chico Gimenez ficou duas semanas na cadeia e ganhou direito à prisão domiciliar por ter problemas de saúde e necessitar de medicamentos controlados. Quando foi morto, ele usava uma tornozeleira na perna esquerda.

Jonathan Gimenez e os outros dez presos na casa de Chico Gimenez seguem atrás das grades. Entretanto, o grupo continua ativo, tentando se rearticular para enfrentar Minotauro.

Ex-membro do PCC (Primeiro Comando da Capital), com quem ainda mantém aliança, Sergio Quintiliano Neto teria ordenado a morte de todos os aliados e parentes de Pavão para aniquilar a estrutura do rival e controlar sozinho o crime na fronteira.

Morte de Chico – A polícia sul-mato-grossense está investigando a execução de Chico Gimenez. Até agora os policiais que atuam o caso já sabem que foram sete e não apenas quatro os carros usados no ataque.

Dos carros queimados na estrada – Uma Amarok, uma Triton, um Jeep Renegade e um Onix – Dois eram roubados, um era “dublê” (usava documentos de outro modelo idêntico) e um era alugado. Os outros três, usados pelos bandidos na fuga, ainda não foram identificados.

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