Paraguai espera para junho e julho pior fase da pandemia de covid-19
Leitos de UTI estão com ocupação de 100% no país que tem 1.100 km de fronteira seca com MS
Com o precário sistema público de saúde em colapso devido ao aumento dos casos graves de covid-19 e com lotação de 100% dos leitos de UTI, inclusive particulares, o Paraguai espera a pior fase da pandemia para os meses de junho e julho de 2021.
Apesar da queda da média de mortes nas últimas semanas no país vizinho, a Direção Geral de Vigilância em Saúde fez alerta hoje (17) de que o período mais crítico da doença em território paraguaio deve ocorrer durante os próximos dois meses.
Com cerca de 7 milhões de habitantes, o Paraguai tem pelo menos 1.100 km de fronteira com Mato Grosso do Sul. Desse total, 600 km são de “fronteira seca” e com cidades separadas apenas por uma rua, como são os casos de Ponta Porã-Pedro Juan Caballero, Sete Quedas-Pindoty Porã, Paranhos-Ypejhú e Coronel Sapucaia-Capitán Bado.
Em 433 dias de pandemia (desde 11 de março de 2020), 313.527 paraguaios já foram infectados pelo novo coronavírus, dos quais 7.596 morreram.
Até o início deste ano, o país vizinho tinha menos casos e menos mortes que Mato Grosso do Sul, mas o avanço da doença mudou essa realidade. Segundo boletim estadual divulgado hoje, MS tem 266.139 casos confirmados e 6.230 óbitos.
Projeções feitas pela entidade internacional Our World in Data aponta risco de o Paraguai ultrapassar os 25 mil mortos em setembro deste ano, superando os 200 óbitos diários. Atualmente, a média diária está abaixo de 60 mortes.
A situação tende a se agravar ainda mais no Paraguai devido à vacinação lenta e bem mais atrasada do que no Brasil e do risco da presença de novas variantes do coronavírus, a mais atual a indiana. Nos últimos sete dias, o país vizinho se tornou a terceira nação no mundo com mais mortes por milhão de habitantes, sendo superado apenas pelo Uruguai e pela Argentina.