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Interior

Paraibano é 2º estudante de medicina assassinado na fronteira em 2 meses

Anderson estava em bar de Ponta Porã na noite de sábado e foi encontrado morto ontem no lado paraguaio

Helio de Freitas, de Dourados | 17/10/2022 12:12
Anderson tinha 29 anos, era enfermeiro e estudava medicina no Paraguai (Foto: Reprodução)
Anderson tinha 29 anos, era enfermeiro e estudava medicina no Paraguai (Foto: Reprodução)

Anderson Hugo Pereira Félix, 29, encontrado morto na manhã de ontem (17) nos arredores de Pedro Juan Caballero é o segundo estudante de medicina assassinado na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai em três meses.

Em agosto, o goiano Luiz Fernando Andrade França, 38, foi executado a tiros no centro de Ponta Porã (a 313 km de Campo Grande) após briga em um bar da cidade. O empresário Wellington Machado Ojeda, 24, o “Cobrinha”, foi preso nove dias depois e confessou o crime.

Policiais paraguaios e brasileiros investigam a morte de Anderson, mas até agora não há pista dos criminosos. O corpo foi encontrado em estrada de terra com as calças abaixadas e ao lado de uma pedra grande, possivelmente usada no crime.

Ao Campo Grande News, o delegado Matheu Tarchetti, da 1ª Delegacia de Polícia, informou que de fato o rapaz estava em um bar de Ponta Porã na noite de sábado e ontem de manhã foi encontrado morto com a cabeça esmagada por uma pedra.

No pulso do estudante de medicina havia pulseira do controle de entrada do bar, mas a polícia ainda não sabe se ele foi levado do local pelos criminosos ou se deixou o estabelecimento por vontade própria.

Segundo o delegado, ainda não está claro se ocorreu alguma briga no bar. Pessoas que estavam no local serão chamadas para prestar depoimento. Matheu Tarchetti informou que a investigação está a cargo da Polícia Nacional do Paraguai, onde o corpo foi encontrado, mas a polícia brasileira está ajudando a esclarecer o crime.

Enfermeiro, Anderson era paraibano e cursava medicina em Pedro Juan Caballero, destino de milhares de brasileiros que sonham em realizar o sonho de ser médico. Enquanto no Brasil a mensalidade do curso de medicina particular parte de R$ 10 mil, no Paraguai o valor não supera os R$ 2 mil na maioria das universidades.

Outra morte – Natural de Jataí (GO), Luiz Fernando Andrade França, 38, foi morto a tiros na madrugada de 13 de agosto após desentendimento em um bar do centro entre ele, seu irmão e um amigo com o empresário Wellington Machado Ojeda e seu grupo. A briga teria começado por causa de bebida quando os dois grupos compartilhavam uma mesa.

Depois do bate-boca e troca de ameaças, Wellington deixou o bar, pegou seu carro, um Gol branco, saiu e voltou em seguida. Após entrar e ficar alguns minutos no bar, ele foi para o lado de fora e ficou esperando a saída do grupo de Luiz Fernando.

Wellington seguiu o Palio ocupado pelo estudante de medicina, pelo irmão de Luiz Fernando e por um amigo de ambos até o local do crime, na região do Aeroporto Internacional de Ponta Porã, onde disparou pelo menos oito tiros de pistola 9 milímetros.

Quatro tiros atingiram Luiz Fernando. O estudante de medicina foi socorrido ao hospital de Ponta Porã e no mesmo dia transferido para a Santa Casa de Campo Grande, onde morreu em seguida.

O irmão de Luiz Fernando e o amigo deles, médico recém-formado, não foram atingidos pelos tiros, mas a polícia indiciou Wellington Ojeda também por dupla tentativa de homicídio, além do crime de homicídio qualificado.

“Cobrinha” também é investigado por suspeita de ligação com o crime organizado na linha internacional. Dados encontrados no celular ligam o brasileiro ao tráfico de armas e de drogas na fronteira.

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