Pecuarista preso em operação já foi condenado por tráfico de cocaína
Também foram cumpridos dois mandados de prisão de temporária de Edmur Guimara Bernardes e do vigia Idevan Silva de Oliveira
O pecuarista Nelson Vicente Palchetti Junior, 67 anos, preso durante a Operação Ícaro - fase Rota Caipira que investiga suposto sequestro e roubo de aeronave no dia 18 deste mês, deflagrada ontem (27) em Paranaíba, distante 422 quilômetros de Campo Grande, já foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelo crime de tráfico de drogas. O caso aconteceu há 19 anos.
Durante a operação de ontem também foram cumpridos dois mandados de prisão temporária de Edmur Guimara Bernardes, 78 anos, e do vigia de aeroporto Idevan Silva de Oliveira, 52 anos. Na casa de Nelson, amigo de longa da data de Edmur, onde seria cumprido apenas mandado de busca e apreensão, foram localizadas pistola 765, revólver calibre 38, munições e documentos. Ele também mantinha na cidade comércio clandestino de combustível de aviação, segundo informou a polícia.
Nelson passará por audiência de custódia na Justiça nesta sexta-feira (28), para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito ou se poderá responder em liberdade. Já Edmur e Idevan devem continuar presos. A operação foi desencadeada pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) e teve apoio da 1ª Delegacia Regional de Paranaíba.
Outro caso - Em 2003, Nelson Palchetti foi preso em Mirassol (SP), segundo o site Diário da Região, de São José de Rio Preto (SP). Ele estava foragido desde agosto de 2000, quando policiais federais invadiram o hangar do Aeroporto Municipal de Paranaíba e apreenderam 138 quilos de cocaína. A droga estava sendo transferida de um avião para o fundo falso de um caminhão. Na ocasião, várias pessoas foram presas por envolvimento.
Conforme a denúncia na época, Nelson e Edmur Guimara foram responsáveis por facilitar o descarregamento da droga no aeroporto. Pela participação no crime, Edmur receberia R$ 2,4 mil. “A participação de Palchetti Júnior no delito é clara, uma vez que antes de o avião aterrissar, ainda ajudou Edmur a retirar outra aeronave que tomava espaço no hangar e, com isso, concorreu para facilitar o descarregamento da droga”, de acordo com o desembargador José Augusto de Souza, da seção criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Rota Caipira - Além das prisões de ontem (27), foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em residências, fazenda e em três hangares do aeroporto. Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelas investigações do roubo da aeronave (no dia 18 deste mês) de propriedade do empresário Samuel Garcia, levantou suspeita da polícia o fato de, no dia seguinte ao suposto crime, o piloto Edmur pousar no aeroporto de Cáceres, no Mato Grosso, alegando que conseguiu fugir e decolar com o avião durante um descuido dos sequestradores. O nome da operação, Rota Caipira, faz referência ao tráfico de drogas.