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Interior

Pelo segundo dia, protesto deixa quatro mil sem atendimento de saúde

Helio de Freitas, de Dourados | 07/11/2017 08:54
Profissionais de saúde estão do lado de fora de posto de saúde na aldeia Bororó (Foto: Direto das Ruas)
Profissionais de saúde estão do lado de fora de posto de saúde na aldeia Bororó (Foto: Direto das Ruas)

A médica e nove agentes de saúde que trabalham no posto II da aldeia Bororó, em Dourados, a 233 km de Campo Grande, mantêm hoje (7) a paralisação em protesto contra o abandono da unidade. É o segundo dia consecutivo de manifestação, que afeta pelo menos quatro mil pessoas atendidas no local.

Ontem o atendimento ficou suspenso durante todo o dia, mas os profissionais informaram que nesta terça-feira os moradores começam a ser atendidos ainda no período da manhã.

Com apoio de lideranças da aldeia, os profissionais de saúde cobram providências da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Junto com a Jaguapiru, a aldeia Bororó forma a reserva indígena de Dourados, a mais populosa do país, com pelo menos 15 mil habitantes.

O capitão da aldeia, Gaudêncio Benites, disse que o posto está abandonado. “Precisamos de vigia para cuidar do posto, que sofre com invasões e furtos. Tem vazamento em todos os cantos e várias fossas abertas ao redor da unidade”, reclama Benites. Até os armários onde são armazenados os medicamentos foram arrombados pelos vândalos.

Benites reclama de falta de apoio do Condisi (Conselho Distrital de Saúde Indígena). “Apoiam só o lado deles e não nos dão apoio”.

Ontem, a Sesai informou que a reforma da unidade só deve ser feita em 2018. “A prioridade para 2017 foi a aquisição de medicamentos, insumos e materiais, além de capacitação de todos os profissionais de saúde”.

Segundo a secretaria especial, “não seria cabível” manter postos de saúde reformados, mas sem profissionais, medicamentos, insumos e materiais. “Em 2018 as reformas devem ter continuidade e, dentro do possível, pretendemos reformar todos os postos de saúde indígena e construir outros”.

Ainda de acordo com a Sesai, as portas da unidade II da Bororó foram trocadas em julho de 2017, mas quebradas pela comunidade. “Estão sendo enviadas duas portas, como solução paliativa imediata. Existe um processo de reforma e ampliação em elaboração pelo Setor de Saneamento Indígena, que deverá ser encaminhado para Brasília para aprovação e liberação de verbas”.

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