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Interior

PF captura mulher ligada ao tráfico e à fornecedora de arma que matou Rafaat

Ela era procurada pela Justiça por ser dona de empresas que lavam dinheiro do tráfico e movimentam bilhões

Anahi Zurutuza | 30/03/2023 18:16
Armamento apreendido em loja do Paraguai, em 2016, durante a ofensiva paraguaia contra o tráfico. (Foto: ABC Color)
Armamento apreendido em loja do Paraguai, em 2016, durante a ofensiva paraguaia contra o tráfico. (Foto: ABC Color)

No Brasil, uma vendedora de cosméticos de porta em porta, mas no Paraguai, dona de empresas que movimentavam bilhões de guaranis, dedicadas à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Empresária paraguaia, que vivia há 40 anos no Brasil, foi presa na manhã de quinta-feira (30) em Ponta Porã – cidade sul-mato-grossense separada por uma avenida de Pedro Juan Caballero (PY) – e deve ser extraditada.

A mulher, que não teve a identidade revelada pela Polícia Federal, também tem o nome ligado à empresa investigada por tráfico internacional de armas, que seria, inclusive, a fornecedora da metralhadora antiaérea calibre 50 usada para executar o narcotraficante Jorge Rafaat, em junho de 2016.

Segundo a PF, que cumpriu hoje contra a empresária mandado de prisão preventiva para fins de extradição, expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), dentre as empresas no esquema investigado está uma agência de viagens e outra, que movimentou mais 200 bilhões de guaranis, algo em torno de R$ 143 milhões.

Ainda de acordo com a PF, o pedido de prisão teve origem em investigação da Promotoria de Justiça e Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do país vizinho, após ofensiva contra o tráfico em 2016, na cidade-irmã de Ponta Porã, diante da escalada da violência pela disputa de poder entre traficantes após a execução de Rafaat, o então chefe do crime organizado na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul.

A força-tarefa também foi para cima da Comtecpar S.A. que, dentre outros negócios, fornecia materiais e produtos ao governo paraguaio, bem como importava e exportava armas e munições. A empresa já havia sido apontada no noticiário paraguaio como responsável por negócios ilegais com artefatos de guerra, como granadas e as metralhadores calibre 50 (capazes de atravessar paredes de concreto e blindagem de carro-forte), quando o empresário Carlos Federico León Campos, dono da Comtecpar, passou a ser investigado por fornecer a arma que usada para perfurar a blindagem do utilitário Hummer, onde Rafaat estava quando foi executado.

Investigada por lavagem de dinheiro e associação criminosa ligada ao narcotráfico internacional, a paraguaia estava na difusão vermelha (lista de procurados) da Interpol, mas foi presa saindo de casa, em Ponta Porã. Agora, aguarda os trâmites judiciais para ser entregue às autoridades paraguaias. A PF não divulgou fotos.

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