Empresário suspeito de fornecer arma que matou Rafaat ganha liberdade
Dono de uma loja de armas de Assunção estava preso desde março do ano passado; Jorge Rafaat foi morto em junho, em Pedro Juan
O empresário paraguaio Carlos Federico León Campos, suspeito de ter fornecido a metralhadora antiaérea calibre 50 usada para eliminar o narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, vai ficar em prisão domiciliar após nove meses recolhido no presídio de Tacumbú, em Assunção. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Apelações da Justiça do país vizinho.
Campos é proprietário da Comtecpar S/A, localizada na capital paraguaia, e foi preso em 9 de março do ano passado por violação à lei de armas daquele país.
A decisão do Tribunal de Apelações derruba a determinação do juiz penal de garantias, Hugo Antonio Sosa Pasmor, que no dia 28 de dezembro tinha negado revogar a prisão preventiva do empresário e determinado que ele continuasse no regime fechado.
Com a prisão domiciliar, Campos não poderá se ausentar do país, não pode portar armas e terá de comparecer a uma audiência preliminar. O tribunal determinou que a Polícia Nacional controle a prisão domiciliar do empresário.
Arsenal – Durante as buscas na empresa de Campos, chefiadas pelos promotores Lorena Ledesma e Carlos Alcaraz, foram encontradas duas metralhadoras calibre 50 para uso contra blindados – iguais à usada para eliminar Rafaat – fuzis automáticos, pistolas, silenciadores, explosivos e munições.
Conforme o jornal paraguaio ABC Color, apesar de estar preso quando Rafaat foi morto – em 15 de junho do ano passado, no centro de Pedro Juan Caballero – Carlos Campos é suspeito de ter fornecido a arma usada para perfurar a blindagem do utilitário Hummer usado pelo narcotraficante que chefiava o crime organizado na fronteira do Paraguai com o Mato Grosso do Sul.
O pistoleiro que manuseou a metralhadora, o brasileiro Sérgio Lima dos Santos, está preso em Tacumbú.
Segundo policiais paraguaios, a execução de Rafaat foi planejada pelo concorrente dele, o brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, junto com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Rafaat era opositor à presença de membros do PCC na fronteira. Pavão nega envolvimento no crime e diz que ele e Rafaat eram amigos.