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Interior

Mesmo preso, Pavão fornecia 400 kg de cocaína por mês a gaúchos, diz PF

O brasileiro Jarvis Pavão está preso desde 2009 em Assunção e é acusado de liderar o tráfico na fronteira

Priscilla Peres | 04/11/2016 14:45
Quadrilha traficava 400 kg de cocaína por mês para o RS. (Foto: PF)
Quadrilha traficava 400 kg de cocaína por mês para o RS. (Foto: PF)

O brasileiro Jarvis Gimenes Pavão, preso desde 2009 na penitenciária de Tacumbú, em Assunção, era o fornecedor da droga que cruzava a fronteira por Mato Grosso do Sul e chegava até o Rio Grande do Sul, de acordo com a Polícia Federal. Pavão é acusado de ter mandado matar Jorge Rafaat em junho desde ano e assumido o controle do tráfico na fronteira.

Desencadeada hoje, a Operação Argus investiga o transporte de 400 quilos de cocaína por mês, que eram levados do Paraguai para o Rio Grande do Sul. Sítios no município de Viamão eram usados como depósito da droga, transportada em caminhões carregados de vários produtos, como soja e eletrodomésticos.

Segundo informações do site Zero Hora, motoristas eram contratados por um empresário do Rio Grande do Sul que chefiava a quadrilha de transporte de drogas. Como disfarce, os veículos eram revendidos após serem usados duas ou três viagens dessas.

A droga que abastecia a região Sul do país era fabricada na Bolívia e no Paraguai e quem fornecia para a quadrilha é o brasileiro Pavão, que está preso. A Polícia Federal o acusa de ser o maior fornecedor de cocaína para o Brasil e de gerenciar o tráfico da droga.

"Um desses líderes comanda o tráfico de drogas de dentro do presídio", disse hoje o delegado Roger Soares Cardoso ao G1 do Rio Grande do Sul. Ele afirma que foi decretada, mais uma vez, a prisão de Pavão que já é condenado a 17 anos por tráfico de drogas.

O nome Argus faz alusão a um gigante da mitologia grega que nunca dormia e que foi transformado em pavão pela deusa Hera. Em Mato Grosso do Sul são cumpridos 29 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em cinco cidades. Mas, a Polícia Federal não divulgou nome dos envolvidos.

Pavão é apontado como o maior fornecedor de cocaína do país. (Foto: ABC Color)
Pavão é apontado como o maior fornecedor de cocaína do país. (Foto: ABC Color)

Líder perigoso - Pavão é acusado de mandar matar o chefão do crime organizado, Jorge Rafaat em junho desde ano. Ele morreu em um atentado cinematográfico em Pedro Juan Caballero, com tiros de uma metralhadora .50, arma de poder antiaéreo, instalada em uma caminhonete utilitária.

Foram disparados 99 tiros da .50 que perfuraram os vidros blindados da Hummer em que Rafaat estava e o atingiram diversas vezes. Ele morreu na hora e desde então, Pavão é acusado de ter assumido o controle do tráfico da fronteira. A morte teria sido executava porque Rafaat planejava para extraditar o concorrente.

O governo brasileiro já pediu a extradição de Pavão, preso no Paraguai. Porém, ele ameaça o governo paraguaio dizendo que se voltar para o Brasil vai revelar informações comprometedoras contra mandatários do país vizinho. Em entrevista recente, ele diz ter documentos que comprovam desvios de verba dentro do governo.

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