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Interior

Rafaat foi morto porque atuava para extraditar Pavão, diz senador

Robert Acevedo disse que mais pessoas correm perigo, entre elas o ministro do Interior do Paraguai, Francisco de Vargas

Helio de Freitas, de Dourados | 05/09/2016 14:10
Metralhadora usada para matar Jorge Rafaat, em junho deste ano (Foto: Arquivo)
Metralhadora usada para matar Jorge Rafaat, em junho deste ano (Foto: Arquivo)
Senador Robert Acevedo disse que Pavão é um homem perigoso (Foto: ABC Color)
Senador Robert Acevedo disse que Pavão é um homem perigoso (Foto: ABC Color)

O senador paraguaio Robert Acevedo é mais um a acusar o narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão por planejar a execução do ex-chefão do crime organizado na fronteira, Jorge Rafaat Toumani, em junho deste ano, em Pedro Juan Caballero.

Em entrevista ao jornal ABC Color, Acevedo, que tem base política em Pedro Juan Caballero e já foi governador do departamento (equivalente a estado) de Amambay, disse que Rafaat atuava junto com autoridades paraguaias para impulsionar a extradição de Pavão para o Brasil.

Com a extradição, Rafaat se livraria do concorrente, já que, mesmo preso, o brasileiro continua comandando parte importante do tráfico de drogas na fronteira. Rafaat e Pavão foram sócios no crime organizado, mas de uns anos para cá se desentenderam e viraram inimigos, segundo a polícia do país vizinho.

Atual presidente do Congresso paraguaio, Robert Acevedo disse que Jarvis Pavão é altamente perigoso e que autoridades daquele país correm risco de um ataque, entre elas o ministro do Interior Francisco de Vargas, que comandou a operação para prender o brasileiro, em 2009.

Na semana passada, o jornal Hoy, um dos mais influentes do Paraguai, revelou que Pavão ofereceu 5 milhões de dólares pela morte do presidente Horácio Cartes ou algum de seus familiares. Criminosos brasileiros estariam no país vizinho para cumprir a ordem.

Rafaat – “Ele foi assassinado porque estava impulsionando a extradição de Pavão ao Brasil, inclusive aliado a uma autoridade do Paraguai”, afirmou Acevedo, sem revelar, no entanto, quem seria essa autoridade. Segundo o senador, Rafaat ajudava até mesmo a Força Tarefa Conjunta, comandada por Vargas e que combate o grupo terrorista EPP (Exército do Povo Paraguaio).

“Rafaat estava operando para extraditar Pavão, ao menos era a sua intenção”, disse o senador. “Muita gente corre risco, todas as pessoas que o denunciaram correm perigo. É um homem muito perigoso”, afirmou Acevedo.

Segundo o senador, Pavão está disposto a tudo para evitar a extradição e continuar em território paraguaio, com todos os seus privilégios. “No Brasil ele será levado par uma penitenciária de segurança máxima, enquanto em nosso país, infelizmente, ele vive como rei, em uma cela de ouro”, afirmou.

Cela vip – No final de julho, o presidente do Paraguai determinou a transferência de Jarvis Pavão do presídio de Tacumbú para o quartel do grupo especializado da Polícia Nacional depois de um suposto plano de fuga.

Após a remoção, os policiais e promotores descobriram cinco celas vip onde o traficante ficava com seus seguranças, com mordomia e luxo, em contraste com a pobreza extrema das demais dependências do presídio.

Extradição – No mês passado, a Justiça do Paraguai retomou o pedido de extradição de Jarvis Pavão. Natural de Ponta Porã, ele está preso desde 2009 no país vizinho, onde cumpre pena por tráfico e lavagem de dinheiro.

É a terceira vez que autoridades brasileiras tentam extraditar Pavão, condenado a 17 anos de prisão por associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em Santa Catarina, onde o sul-mato-grossense agia antes de se refugiar em território paraguaio.

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